O Bahia e o trauma dos três volantes

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  • Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A imagem dos três volantes está marcada negativamente no imaginário tricolor. Ela remete a uma época em que, sem material humano de qualidade à disposição, os treinadores se preocupavam mais em parar os adversários do que em fazer com que sua equipe jogasse. E isso nem faz muito tempo. A trinca Fahel, Diones e Hélder, com variações para Fabinho ou Rafael Miranda, ainda está fresca na memória do torcedor do Bahia.

É compreensível, então, que o tema “três volantes” resgate uma espécie de trauma na torcida. É como abrir uma ferida antiga que ainda não cicatrizou. Mas um passo importante foi dado no último final de semana, quando o Bahia usou a formação para enfrentar o São Paulo. Jogando em um 4-3-3, a equipe suportou a pressão do adversário, que jogava em casa, e deixou o campo com a sensação de que o 0x0 não fez jus ao que foi o jogo. Dava para ganhar.

O primeiro passo é entender que a trinca Gregore-Douglas Augusto-Elton é diferente daquela formada por Fahel-Diones-Hélder. Os atuais volantes tricolores marcam forte, é verdade, tanto que têm um bom índice de bolas roubadas por partida, mas também sabem jogar. Gregore, o melhor deles, ataca com muita imposição física e, por pouco, não foi premiado com um gol de fora da área. Douglas e Elton têm qualidade no passe e fazem o jogo fluir no meio-campo.

Quis o destino que o Bahia tivesse o São Paulo novamente como adversário, desta vez pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Hoje, quando sair a escalação, os três volantes estarão confirmados na equipe titular novamente. A ideia de Roger Machado é negar espaços ao adversário, que tem jogadores extremamente rápidos, e controlar o meio-campo com Gregore, Douglas e Elton. Marcação forte a partir da intermediária, roubada de bola, pivô de Fernandão e estocadas rápidas com Élber e Artur. A tônica será essa. É preciso ser cirúrgico quando a chance aparecer.

Sai Tencati, chega Osmar Loss O agora ex-treinador do Vitória tinha consciência de que seria praticamente impossível permanecer no cargo depois da derrota do último fim de semana para o São Bento, em casa e de virada. É mais um vexame para a lista rubro-negra, que desde o ano passado só faz crescer e crescer. Não dá para dizer que Cláudio Tencati não tentou. Mudou a equipe, mudou esquema tático, afastou jogadores, mas nada, absolutamente nada deu resultado. Ele sai após sete partidas no comando do Leão, com quatro derrotas, dois empates e uma vitória.

É difícil imaginar um cenário em que um treinador de uma equipe como o Vitória sobreviva com esses números, sobretudo com derrotas consecutivas para Guarani e São Bento, que atravessam fase ruim. Tencati teve cerca de 20 dias entre a eliminação na Copa do Nordeste e o início da Série B para ajeitar a equipe e não conseguiu. Mas esse fardo não pode cair apenas no ombro do treinador. Osmar Loss, profissional escolhido para substituí-lo, precisa saber que o ambiente é terrível, com atletas embarcando e desembarcando a todo momento da Toca do Leão, jogadores afastados e outros pedindo para sair. O próprio Paulo Carneiro, presidente rubro-negro, admitiu que, por vezes, quando a situação é ruim, o técnico é quem paga o pato. Foi justamente o que aconteceu.

Rafael Santana é repórter do Globoesporte.com. Escreve às quartas-feiras.