O Bahia se afirma na sociedade como mais que um clube de futebol

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 18 de novembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Em uma semana, o Bahia foi  ‘acusado’ por alguns torcedores de se posicionar ‘ideologicamente’ por duas ações. A primeira, na segunda-feira (12), quando, por meio de suas redes sociais, apoiou um post da cantora Claudia Leitte, torcedora do clube e que afirmou ter ficado constrangida com as palavras de cunho machista do apresentador Sílvio Santos, no sábado à noite. Um dia depois, na terça (13), o clube divulgou a segunda parte da sua homenagem ao Mês da Consciência Negra. Os jogadores atuariam contra o Ceará, na quarta (14), com nomes de personalidades negras vivas que, em algum momento, ao menos, lutaram contra o racismo e pela afirmação dos negros no país. Primeiro, as ações do Bahia são pra aplaudir de pé. Segundo, nada tem a ver com ideologia e, sim, com caráter. No caso de Claudia, fora o apoio a um episódio deplorável contra uma mulher, a cantora é torcedora do clube, sempre fez questão de enaltecer o Bahia em apresentações e até participou de uma ação tricolor antes do amistoso contra o Orlando City, em Miami, em 2016. Na hora que ela canta o hino no Carnaval, todo torcedor faz questão de valorizar, mas agora uns reclamam do apoio do clube numa situação difícil para ela?  Já em relação à homenagem às personalidades negras, o buraco é ainda mais embaixo. O Bahia é um clube popular, das camadas mais pobres e, sobretudo, negras. Valorizar quem luta contra o racismo é valorizar a própria história do clube e da Bahia.  Além disso, o Bahia teve episódios de racismo em sua história recente: neste ano, torcedores do Cerro, do Uruguai, imitaram macacos em direção aos tricolores nas arquibancadas de Pituaçu, pela Copa Sul-Americana. Em 2017, o volante Renê Júnior acusou o atacante Santiago Tréllez, então no Vitória, de injúria racial no segundo Ba-Vi válido  pelo Campeonato Brasileiro. 

A escravidão foi uma página deplorável da nossa história e, ainda que ninguém que esteja vivo hoje tenha escravizado ninguém (teoricamente), é dever de todos minimizar os efeitos que a escravidão causou na nossa sociedade - entre eles o racismo - e isso passa pela valorização do negro. O futebol não é um mundo à parte. Ele está inserido na vida das pessoas e tem papel importante na construção de uma sociedade mais justa. 

Tênis Dez anos depois da aposentadoria de Gustavo Kuerten, o Brasil termina o ano sem qualquer tenista no top 100 da ATP e da WTA. Melhor tenista do país, Thiago Monteiro é apenas o 112º do mundo, seguido por Rogério Dutra Silva, em 152º. Após sua pior temporada desde que se tornou profissional, Thomaz Bellucci finaliza 2018 em 244º, muito pouco para quem já foi 21º.  O paulista começou o ano se recuperando de lesão, mas oscilou - seu pior defeito. Monteiro chegou a bater três tenistas do Top 50 no ano e fez boa campanha no Masters de Hamburgo, em que parou nas quartas de final. No feminino, Bia Haddad fazia um bom ano, mas precisou parar em maio por causa de uma lesão e termina 2018 na 186ª posição, depois de não conseguir engrenar novamente a partir de agosto, quando voltou às quadras. Nosso tênis pode mais e precisa de mais. 

*Ivan Dias Marques é subeditor do Esporte e escreve aos domingos