O Brasil é invísivel no mercado internacional das artes

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  • Cesar Romero

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Obra de Vik Muniz (divulgação) Por que o Brasil, com tantos bons artistas, de grande poder investigativo, produções de alto nível e notório saber não chegam a ter um mercado internacional? 

Possa ser que seja um problema político, de desinteresse com as artes visuais. Todos os países que se interessam por cultura, apoiam e divulgam com intensidade seus representantes. Os governos brasileiros nunca se interessaram em apoiar nossos artistas -  no máximo, uma exposição em embaixadas, que termina em dar em nada. O sucesso de Portinari, além do seu talento endógeno, foi com ajuda do governo Getúlio Vargas. Mas, ficou no limbo. Daí mais ninguém teve apoio oficial. Os governos esqueceram a arte que se fez no Brasil. 

Outro aspecto é que o Brasil se coloca como uma ilha, de onde não sai ninguém. Diferente de Cuba, que é realmente uma ilha pequena e produziu nomes internacionais como Wilfredo Lam e Amélia Peláez. O Brasil e a Austrália, país continental cercado pelos oceanos Índico e Pacífico, não conseguem exportar para o mundo os artistas importantes que possuem. 

Temos no Brasil nomes luminares, de grande poder inventivo e produção de alto exemplo. Podemos citar dois nomes pioneiros no mundo em Arte Cinética, sendo amplamente notificados por suas invenções, como a mineira Mary Vieira. Em 1948 Araxá (MG) criou esculturas cinéticas, movidas eletronicamente. Em 1950 transferiu-se para a Europa, inicialmente na Alemanha, depois na Suíça quando foi professora de Estruturação Espacial na Universidade de Basel. Muitos brasileiros nem a conhecem. 

Outro, Abraham Palatnik, nascido em Natal (RN), transferiu-se para o Rio e em 1950, já fazia esculturas e objetos cinéticos. Recebeu na I Bienal Internacional de São Paulo de 1951, Menção Especial do júri internacional. Deixou um legado importantíssimo. Falecido recentemente no Rio de Janeiro. 

Nem o pioneirismo dos dois os fez artistas de trânsito internacional, mas eles estão em registros históricos em todo o mundo. Ainda podemos citar Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Alfredo Volpi, Rubem Valentim, Ivan Serpa, Mira Schendel, Amilcar de Castro, Vik Muniz, Antonio Dias, Letícia Parentes, Tarsila do Amaral, Beatriz Milhases, Adriana Varejão e Franz Krajcberg. Questiona-se por que não temos brasileiros de mercado universal? Por que os grandes museus não os incorporaram a seus acervos, nem os grandes colecionadores. Nos leilões da Satheby’s os brasileiros são comprados por marchands brasileiros, para negócio no Brasil. 

Artistas de menor qualidade que estes brasileiros citados acima galgaram espaços mundiais. Resta ao Brasil buscar com emergência seu lugar merecido nas artes visuais do mundo.