O Carnaval de 2022 e a indecisão da realização

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 27 de novembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Artistas são alvo constante do famoso ‘disse-me-disse‘ todos os dias. É informação de um lado, informação do outro, que deixa até mesmo os fãs perdidos. O alvo atual do burburinho e da chuva de informações não é um artista, mas o ‘local’ onde os cantores da axé music, do pagode e de outros estilos musicais se encontram: o Carnaval. A festa não aconteceu esse ano. Em meados de fevereiro, quando os festejos deveriam acontecer, o Brasil estava assolado pela segunda onda da covid e não havia a menor possibilidade deles acontecerem. Com o avanço da vacinação, os locais de entretenimento foram abrindo aos poucos, geralmente exigindo uma comprovação de imunização completa.  Aí chegamos no X do problema. Vai ter Carnaval? De um lado, tem gente que defende a festa por conta do avanço da vacinação e da necessidade de muitas pessoas trabalharem. A cadeia produtiva da festa resistiria a mais um ano sem os ganhos do Carnaval? Do outro lado, existem as orientações de saúde, os protocolos necessários e, pra terminar, uma nova variante, a ômicron, que já provoca fechamento de aeroportos a voos vindos de alguns países. A situação na Europa já estava em um nível alarmante, com países voltando a se fechar e a Organização Mundial de Saúde declarando que uma quarta onda da covid estava se iniciando no continente. Para o prefeito Bruno Reis, a realização do Carnaval está condicionada aos números da pandemia. "Eu defendo tomar essa decisão condicionada a números, a percentuais de vacinação, de número de casos ativos, de fator RT, de número de óbitos. Se chegar em fevereiro e o Carnaval não puder ser realizado, se adia para outra data oportuna”, afirmou.  O governador da Bahia, Rui Costa, ressaltou que uma decisão precipitada pode trazer outros prejuízos. “Se anuncia hoje que terá Carnaval, e em dezembro os casos explodem, eu vou ter que cancelar, e eu vou ser processado por vários empresários, alegando prejuízos”.  Para o governador, é preciso que a vacinação avance mais e que o número de casos ativos da covid diminua, para que haja Carnaval.  As entidades médicas têm optado também pela cautela. “Pensar nesse momento em liberar a maior festa popular do nosso Brasil, que é o Carnaval da Bahia, no momento que estamos vivendo, ainda não é prudente”, disse o presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM), César Amorim. Otávio Marambaia, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) vai na mesma linha: “o Cremeb recomenda aos gestores que se respeite os direcionamentos técnicos e científicos advindos das entidades responsáveis por estudar o tema”.   

A invasão do Rio Madeira por garimpeiros ilegais Vergonha nacional. Foi com essas palavras que Danicley Aguiar, ativista do Greenpeace, definiu a presença de mais de 300 balsas de garimpo em uma região do Rio Madeira, no Amazonas. Elas começaram a chegar à comunidade de Rosário, no município de Autazes, distante 113 quilômetros de Manaus há cerca de 15 dias, quando surgiu a informação de que havia ouro na região da comunidade. Sem nenhuma cerimônia ou receio de fiscalização, elas passaram a revolver o fundo rio, sugando o material para filtrar o ouro e depois devolvê-lo a água em seguida. Para separar o minério das impurezas, eles frequentemente utilizam o mercúrio, uma substância tóxica que é jogada na água e causa danos a toda à cadeia alimentar. O metal tem efeito cumulativo e pode causar doenças neurológicas. “Nós estamos vendo aqui um conjunto de mais de 300 balsas colocadas numa ponta de rio, sem licença ambiental alguma, mas operando naturalmente, à luz do dia, sem ser incomodada por ninguém”, comentou Aguiar. A atividade acontece há anos, mas nunca houve registro de tantas balsas juntas.  A tranquilidade dos garimpeiros ilegais é explicada, sem dúvida também, pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro, que nunca fez questão de impulsionar a fiscalização do garimpo ilegal. Muito pelo contrário, ele é visto como simpático a esse tipo de mineração. Após os órgãos fiscalizadores avisarem por dias que iriam até a região, uma demora um tanto inexplicável, os garimpeiros deixaram a região e se espalharam pelo rio.

Eleição tumultuada na OAB/BA As eleições para presidência da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Bahia (OAB/BA), por muitas vezes, acabam até saindo do nicho dos profissionais do Direito em termos de repercussão. Dessa vez, foi por um motivo nada bom. Além da frustração com a derrota nas eleições, a atual vice-presidente da organização, Ana Patricia Dantas Leão, teve que lidar com agressões machistas e misóginas no seu comitê e até no prédio onde mora, no Caminho das Árvores. Um carro de som ficou circulando e xingando Ana Patrícia. Em tempo: Daniela Borges será a nova presidente da OAB/BA.Enem não teve cara do governo O primeiro dia de provas do Enem era esperado com ansiedade não só pelos estudantes como também por outras pessoas, que queriam saber a ‘cara do governo’ alegada pelo presidente Jair Bolsonaro. Na prática, de acordo com professores, a prova do exame manteve as características dos últimos anos. O tema da Redação foi "Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil", bastante atual. A abstenção ficou em torno de 26% num exame que já teve menos candidatos que em anos anteriores. O segundo dia de provas do Enem acontece nesse domingo (28).

MP do Auxílio Brasil é aprovada A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira (25) o texto-base da medida provisória que cria o programa social Auxílio Brasil, elaborado pelo governo Bolsonaro para substituir o Bolsa Família. A medida provisória foi editada pelo governo em agosto e já teve a primeira parcela paga em novembro, mas precisa ser aprovada pelo Congresso até 7 de dezembro para virar lei em definitivo. O texto será enviado para análise do Senado. Segundo o Ministério da Cidadania, neste primeiro mês serão contempladas mais de 14,5 milhões de famílias, que receberão um total de mais de R$ 3,25 bilhões.

***"Tenho receio de  produzir uma festa tão grande com duração de uma semana, como o Camarote Expresso 2222,  e cooperar com a permanência, e até uma expansão, da pandemia. " Flora Gil, empresária e esposa de Gilberto Gil