O combate ao racismo começa dentro de casa

Notícias que marcaram a semana

  • Foto do(a) author(a) Ivan Dias Marques
  • Ivan Dias Marques

Publicado em 13 de novembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

A acusação de omissão do Sartre - Escola SEB, unidade do Itaigara, num caso grave de racismo de alguns estudantes durante a semana ainda precisa ser mais aprofundada. E aí há três âmbitos em que é necessária a discussão, o trabalho e a punição: legal, escolar e doméstico. O caso veio à tona na última terça-feira (9). A escola foi acusada de omissão por pais e estudantes. O posicionamento está associado ao que teria sido a falta de ação “enérgica” da unidade escolar após o vazamento de conversas, trocadas por pelo menos sete estudantes do 1º ano do Ensino Médio em um aplicativo de troca de mensagens virtuais, evidenciar diálogos de cunho racista e de ódio à comunidade negra.  “Pretos morram”; “Pode macaco no gp?”; “Baniram piada de negros porém não sabem que os negros já são a piada” são alguns dos trechos.  No âmbito educacional, sete estudantes do Sartre foram afastados. Por meio de nota, a escola garante ter instaurado a avaliação do caso por meio de uma comissão e o Comitê de Ética está avaliando a situação com a finalidade de tomar providências, ainda que a ocorrência tenha acontecido fora do ambiente escolar.  No aspecto legal, o Ministério Público da Bahia abriu, na quarta-feira (10), o procedimento de notícia de fato para apurar as manifestações racistas. A Comissão de Educação da Câmara Municipal de Salvador também vai acompanhar os desdobramentos do caso. O MP-BA divulgou que solicitará informações à unidade escolar sobre os fatos narrados e a respeito das medidas que foram e serão tomadas pela instituição. Caso seja confirmada a autoria das mensagens, por se tratar de menores de idade, a situação deverá ser encaminhada à Delegacia do Adolescente Infrator (DAI).  O problema maior é a questão doméstica. Em tempos em que o racismo é uma discussão que está fortemente no cotidiano da sociedade e na mídia, e, por isso, é esperado que seja tópico dentro das escolas, como jovens de cerca de 15 anos não sabem ou não temem trocar mensagens com esse cunho num aplicativo de conversas? Estamos em pleno Mês da Consciência Negra. Não pode haver desculpa de juventude. A idade já é suficiente para saber o que é certo e o que é errado. Atitudes criminosas como essa encontram permissividade em seus lares? A pergunta não é só para os pais dos sete alunos flagrados cometendo o crime, que passaria despercebido se não fosse exposto - como pode haver outros cometendo o mesmo tipo de crime. É para todos os pais repensarem o tipo de educação que estão dando dentro de casa a seus filhos. É para refletir se há diálogo suficiente entre responsáveis e jovens sobre a nossa sociedade atual. E as escolas também precisam entrar nessa discussão. Racismo é crime e se há estudantes se comportando dessa maneira em um colégio, é possível que haja em outros. Hora de olhar quem estamos formando para o futuro.

Às vésperas do Enem, Inep vê debandada de funcionários Normal, não é. A menos de duas da realização das primeiras provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 37 servidores de cargos de coordenação, ligados à realização da prova, principal acesso ao ensino superior do país, deixaram o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).  Eles acusaram o presidente do órgão, Danilo Dupas, de desmonte da entidade, assédio e desconsideração de aspectos técnicos na tomada de decisões.

A carta de demissão diz que eles entregaram os cargos por causa da "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima do Inep". Todos são servidores antigos e experientes, que já passaram por várias provas do exame. Dupas foi chamado à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e "fases preparatórias foram concluídas" e o órgão está "absolutamente preparado" para as aplicações do Enem.

Investigação  A presença de um cabo de eletricidade enrolado na hélice de um dos motores do avião em que estava a cantora Marília Mendonça, e que caiu próximo a Caratinga (MG), matando ela e mais quatro pessoas no dia 5, dá pistas do que pode ter acontecido. Resta a perícia descobrir se o choque com a linha de energia foi a causa do acidente ou consequência de algum problema anterior que fez o King Air perder altitude. O trabalho será demorado já que a aeronave não possui caixa preta.

O Glauber voltou  A direção do Cine Glauber Rocha assinou contrato de parceria com o Grupo Metha S.A., o que possibilitará o retorno às atividades do primeiro - e único, há algum tempo - cinema de rua de Salvador. A sobrevivência do Glauber Rocha estava ameaçada depois que o banco Itaú finalizou a parceria que tinha com o grupo que tocava a sala. Pra ficar de olho: a saída da livraria LDM do local preocupa, ainda que haja um projeto de substituição por um sebo e que trará atividades culturais. 

Patrimônio  A Justiça, ainda bem, suspendeu o leilão do prédio que abriga o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), que aconteceria na última terça-feira (9). O imóvel, tombado nos anos 40, é um patrimônio histórico do estado. A Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) afirmou que o leilão do imóvel Quinta do Tanque, que inclui o prédio onde fica o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), é promovido por ordem judicial e não pelo Estado. Enquanto o imbróglio jurídico se desenrola, a é preciso resguardar a história da Bahia. 

Bahia olímpica  ‘Famoso’ durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, entre julho e agosto, o Comitê Olímpico da Bahia emplacou três atletas entre os seis finalistas do Prêmio Brasil Olímpico. Brincadeiras à parte, a presença de Ana Marcela Cunha (maratonas aquáticas), Hebert Conceição (boxe) e Isaquias Queiroz (canoagem) mostra que a força do atleta da Bahia segue em alta, mesmo quando o apoio demora - e como demora - a ficar pronto. 

Moro O ex-juiz e ex-mi- nistro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, filiou-se - em cerimônia pomposa - ao Podemos e deve concorrer à presidência em 2022.

***"Nós não suportamos mais isso. A arbitragem não pode decidir partida, tem que trabalhar com correção. Nós vamos tolerar. Como e quando vai acabar isso. A CBF vai continuar compactuando com isso? Porque se não muda é porque compactua" Vitor Ferraz, vice-presidente do Bahia, após o time ser prejudicado pela arbitragem pela terceira vez consecutiva no Brasileirão 2021