O crítico é um elo entre o artista e o público

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  • Cesar Romero

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Obra do artista francês Henri Rousseau (foto/divulgação) Não pode um gestor de museus trabalhar, ou alardear suas preferências pessoais sobre correntes estéticas ou artistas. Não pode se guiar por ideologias, para não distorcer a realidade. O crítico é um elo entre o artista e o público. 

Uma atividade complexa envolve diversos saberes, pensar ordenado, capacidade de situar o criador, a comunidade, seu contexto e evolução. Um constante promover de análise sistêmica, exame detalhado do conjunto de tudo aquilo que existe no espaço e no tempo da visualidade. 

Convém ser isento, pelo menos não apregoar suas preferências. Todos sabem que existem artistas geniais em todas as épocas, técnicas, escolas e movimentos. Cabe ao crítico ou ao gestor cultural analisar a obra do artista em seu contexto e na vivência com o trabalho. 

Movimentos e artistas podem não agradar aos “intelectuais”. Agradar é gosto “cada um tem o seu”, mas não é racional nem tampouco lógico. Não envolve questões aprofundadas da arte, como seu gênesis, seu momento, sua representação simbólica, e poder reflexivo. 

Você pode não gostar do artista primitivo francês Henri Rousseau (1844-1910) (foto); mas negar-lhe a genialidade, nunca. Suas pinturas buscavam o poético, o exótico. Colorido feérico, fantasia solta. Seu trabalho A Cigana Adormecida (1897) deu origem a outra corrente estética o Surrealismo. 

Outro exemplo clássico James Ensor (1860-1949) pintor e gravador belga foi um dos artistas mais originais, suas distorções na aparência das coisas, a fim de explorar o conteúdo emotivo, deu origem ao Expressionismo. Dois pintores, dois exemplos de gosto, ou de “mau gosto”, desembocaram na criação de novas escolas estilística. Contribuíam de forma efetiva na formação da Historia da Arte.

A crítica de arte não é uma ciência, mas pode se apoiar nos fundamentos das ciências humanas. O crítico de arte é um especialista, não se concebe trabalhar pelo gosto, ele necessita de informações atualizadas. O mundo globalizado e sua emergência trazem a cada momento novos produtos. Investigações e desafios.

O bom crítico se conhece pela pluralidade de seu conhecimento, pelo estudo sistematizado da arte, pela capacidade de articular um pensamento.

Saber escrever para o público, não para colegas. O critiquês não é uma boa língua. Na realidade, no Brasil não há uma escola que forma críticos de arte. Existem cursos como matérias dentro de outros cursos. Romano Galeffi foi o fundador da cadeira de crítica de arte na UFBA.

Existe em muitas universidades a cadeira, mas não o curso completo e exclusivo, como Filosofia, Pedagogia Teologia, Psicologia e outros. O autodidatismo predomina.