O curador deve funcionar como um investigador de narrativas visuais

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  • Cesar Romero

Publicado em 12 de agosto de 2019 às 05:00

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Obra de Pablo Picasso (foto/divulgação) O artista é a célula inicial, única, para que no transitar de ideias se organize o caos, expresse sentimentos, fatos decorrentes de sua época e registros históricos. É através dos artistas e suas produções que se movem outras possibilidades como a existência de museus, bienais, salões oficiais, galerias de arte, ensino, escolas oficiais e particulares. Também críticos de arte, curadores, monitores, montadores, restauradores, traslados, carga e descarga, iluminadores, publicações em livros e revistas especializadas, marchands, mercado, professores e muito mais.

Na construção de museus e galerias, envolvem-se engenheiros, arquitetos, museólogos, funcionários de apoio, utilitários tecnológicos. Ainda materiais, a depender do pendor criativo do artista e suas escolhas, papel, telas, tintas, pincéis, prensas, máquinas fotográficas, filmadoras, vídeos, embalagens e uma quantidade imensa de itens. Ainda assim não tem sua profissão regulamentada.

A história da humanidade é sempre marcada por idioletos, iconografias originais e renovadoras que mudam de maneira consistente a forma do mundo pensar, sentir e atuar. Exemplos disso foram Piero della Francesa, Goya, Pablo Picasso e Marcel Duchamp, numa síntese radical. Infelizmente, o talento não garante sucesso e sobrevivência financeira, viver-se com dignidade do trabalho realizado. Sucesso e mercado dependem de muitas variáveis. Arte é invenção de linguagem, transfigurações, códigos específicos e fala pessoal.

O curador toma a si a responsabilidade de cuidar, definir processos de montagens, iluminação, mecanismos de circulação do público, focos que estabeleçam rumos e estejam introduzidos nos registros de ideações do artista. O criador é o artista, não o curador, que por vezes nem sabe escrever ou articular ideias.

O curador deve funcionar como um investigador de narrativas visuais, exercer pesquisas sobre as zonas voltadas à produção da arte, documentação e pesquisa. Um educador visual.

A curadoria é também um elo entre o que se apresenta como projeto e a comunidade. Não se deve esquecer das ações educativas. Curadores não estão para benefícios individuais, mas coletivos, que busquem contemplar grande público. O povo simples também paga impostos, especialmente nos produtos que consomem, nos gêneros alimentícios, vestuários e tudo que adquire com seu trabalho. Cultura e inteligência são coisas diferentes. Artistas cuidam de estranhamentos inventivos, o curador das possíveis decodificações, podendo até criar outro repertorio de percepções, mas a obra de arte é de pertencimento do criador.