O desafio da dupla Ba-Vi de dar vida útil ao sub-23

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Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O Campeonato Baiano, que teve início ontem com cinco jogos, apresenta um desafio para Bahia e Vitória. Não só em relação à disputa do título, o que sempre se cobra da dupla Ba-Vi na esfera estadual. O desafio é saber administrar os times B criados por ambos.

O raciocínio é o seguinte: os dois grandes do estado mantêm um elenco extra com cerca de 30 jogadores cuja utilização se dará somente no Campeonato Baiano, pouco prestigiado por esses clubes, e no Campeonato Brasileiro de Aspirantes, que não tem valor esportivo – nem o campeão comemora de verdade.

O Baianão tem nove rodadas garantidas e mais duas ou quatro a depender da classificação para disputar semifinal e final. Portanto, no máximo 13 jogos, com data limite em 26 de abril, dia em que será definido o campeão. São apenas três meses.

O que Bahia e Vitória farão com o elenco sub-23 depois disso é o desafio. A observar o cenário recente, na prática a categoria tem servido como um limbo posterior à formação dos jogadores da divisão de base, cuja produção não tem sido escoada no limite de 20 anos da categoria júnior, ou ainda um facilitador nas relações com agentes em eventual negociação por outro jogador que interessa ao clube no elenco principal. 

Ainda não houve, desde a criação do torneio de aspirantes pela CBF em 2017, um planejamento do Bahia nem do Vitória para fazer da categoria sub-23 mais do que mero conglomerado de jogadores que não atendem ao elenco que disputa as competições mais valorizadas da temporada. Este, inclusive, é o objetivo dos dirigentes para 2020, manifestado publicamente pelo diretor de futebol Diego Cerri no caso tricolor e pelo presidente Paulo Carneiro no lado rubro-negro. 

Por definição, o time de aspirantes (também chamado de transição, sub-23 ou time B) precisa servir de suporte ao elenco principal. Do contrário, a categoria criada com essa finalidade será apenas um amontoado de atletas com teto de crescimento limitado ao segundo escalão do clube, além de uma rubrica a mais de despesas na folha do departamento de futebol. No somatório das duas categorias, ambas consideradas profissionais, Bahia e Vitória têm mais de 50 jogadores disponíveis cada um. Uma parte ainda tem idade para servir ao sub-20; outra, não.

A mudança pretendida pelos dirigentes só dará certo se o elenco profissional for pensado ciente de que o time de aspirantes existe – o que, por enquanto, está sendo feito neste incipiente 2020 – e isso se transformar numa política interna de cada clube.

Nesse novo molde, haverá espaço suficiente para pinçar os jogadores que mostrem capacidade de servir às equipes treinadas por Roger Machado e Geninho. E assim, o que hoje é despesa extra terá potencial de ser transformado em redução de custo e possível lucro. 

Aos dirigentes, é preciso coragem. Primeiro para bancar a avaliação do time B mesmo que a campanha no Campeonato Baiano não seja das melhores. Segundo, e talvez o mais difícil, para não contratar jogadores demais para o elenco principal após duas derrotas seguidas, o que vedaria o acesso de quem está entre os aspirantes.