O espiritismo na quaresma: falamos em evolução, não em salvação

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  • Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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De logo, posicionamos que o Espiritismo é uma religião cristã, que não foi inventada por Allan Kardec, como muitos desejam afirmar. Ele, em verdade, organizou, codificou ensinos dos espíritos em cinco livros, que dão sustentação ao edifício doutrinário, aos princípios da nossa religião, tendo em O Livro dos Espíritos, lançado em 1857, o primeiro e de onde se desdobrou em outros quatro, e entre esses tem O Evangelho Segundo o Espiritismo, que interpreta os Evangelhos de Jesus à luz da nossa doutrina.

Assim, o Espiritismo guarda as postulações, os princípios trazidos a lume por Allan Kardec. O que foge aos seus postulados não é espírita, como por exemplo, alto, baixo Espiritismo, de mesa branca, preta, verde...São fantasias e erros de conhecimento de conteúdo.

Dito isso, sabemos que a Quaresma, que é abreviação de quadragésima - “Quadragésima die Christus pro nobis tradétur”, que se traduz: “Daqui a 40 dias (no quadragésimo dia), Cristo será entregue por nós”, para a nossa salvação. Sendo, então, por isso, a designação do período de quarenta dias que antecedem a principal celebração católica do cristianismo, após o Natal: a Páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo, que é comemorada no domingo. É uma prática presente na vida dos cristãos católicos desde o século IV.

O leitor pôde perceber que fiz questão em afirmar celebração católica do cristianismo, pois mesmo sendo cristãos, não comungamos. Nesse evento católico, há dois pontos básicos que discordamos peremptoriamente: 1 – A morte de Jesus foi para a nossa salvação e 2 – a Ressureição de Cristo. Vejamos: cremos que o homem é produto de si mesmo, fazendo com que em si, pelo ideal de ação no bem, pela caridade, ele evolua. Não falamos em salvação, pois o espírito evolui continuamente até o marco proposto por Cristo: Sede perfeitos como é o vosso Pai que está nos céus (Mateus 5:48).

Assim, falamos em evolução, não em salvação do homem por Cristo. Ele sim é a nossa referência a ser seguida, mas a nossa evolução é obra pessoal e intransferível. O ponto nº 2 – Ressurreição – também não o abraçamos, pois seria uma derrogação das próprias Leis Divinas, das Leis Naturais. A doutrina espírita caminha de mãos dadas com a ciência, e é ela que nos diz, segundo a Lei de Lavoisier, postulada em 1785: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. É, assim, em nosso entendimento, uma total impossibilidade de Cristo ter ressuscitado, uma vez que ele morreu, e as moléculas de seu corpo foram se transformar em outros elementos.

Naturalmente, é questão de fé, que não se discute, mas se apresenta posições. De qualquer modo, no entanto, sempre aproveitamos esses momentos para refletirmos, no entendimento do sentido de Cristo entre nós.

José Medrado é espírita e está à frente da Cidade da Luz

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