O jogo da discórdia do BBB dos aliados do PT, a jogada de Wagner contra Rui, e o teto de vidro de Caetano

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  • Da Redação

Publicado em 11 de março de 2022 às 11:26

- Atualizado há um ano

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Big Brother Bahia A escolha da chapa do governo para a disputa eleitoral deste ano está gerando mais conflitos do que o BBB. A oposição no estado já deu ao imbróglio o apelido de Big Brother Bahia. São altas doses diárias de lavação de roupa suja em público. Somente nesta semana integrantes do grupo aliado ao PT no estado protagonizaram embates de fazer inveja ao reality show da TV Globo. Vamos às cenas. 

Jogo da Discórdia 1ª edição Primeiro, o senador Jaques Wagner (PT) surpreendeu a todos, em uma entrevista à rádio Metrópole, ao afirmar que o senador Otto Alencar (PSD), até então favorito para ocupar a cabeça da chapa, não era candidato ao governo. De quebra, ainda disse que o governador Rui Costa (PT) ficaria no cargo até o fim, frustrando o desejo do chefe do Executivo baiano de disputar o Senado e a expectativa do vice-governador João Leão (PP) de assumir o governo. 

Jogo da Discórdia 2ª edição Rui deu troco e, em entrevista coletiva no mesmo dia, reagiu e, ao ser questionado sobre as declarações do senador do PT, mandou os repórteres perguntarem a Wagner. Leão, por sua vez, soltou nota praticamente se dizendo traído. O vice acusou Wagner de descumprir "alinhamentos construídos" e falou sobre possibilidade de rompimento com o grupo governista. A cena seguinte foi com Wagner pedindo “desculpas a Leãozinho” em vídeo ao BNews. E agora, qual o próximo capítulo?

A escolha Um cacique da política baiana avalia que, com a jogada, Wagner escolheu entre o PSD e o PP, que protagonizavam um conflito cada vez mais aberto por espaços no governo. "Wagner sabia que dificilmente iria manter os dois, e escolheu abrir mão do PP", analisou. 

Gota d'água Entre pepistas, o sentimento é de indignação. O sentimento majoritário do partido, dizem fontes da coluna, é mesmo de rompimento com o grupo governista. Até mesmo deputados estaduais pepistas que eram resistentes à ideia passaram a defender o desembarque. Um prefeito muito ligado ao grupo governista chegou a confidenciar seu desapontamento com o tratamento ao partido. "Leão nunca deu prova de deslealdade nem fez ameaça, e foi tratado assim", lamentou. 

Cada um por si Já na base do governo, o sentimento é de cada um por si. Integrantes de partidos da base dizem que as articulações conduzidas por Wagner e Rui "abandonaram" os partidos e "deixaram aliados históricos à míngua". Parlamentares dizem que, agora, a preocupação dos partidos é trabalhar para eleger suas respectivas bancadas. A majoritária, garantem, ficou em segundo plano. 

Mais boicote A prova da "insatisfação máxima" na Assembleia Legislativa, como definiu um deputado governista, veio nesta semana durante a sessão para votar projetos relacionados à Embasa. Na terça, a liderança do governo até tentou, mas os parlamentares governistas não deram quórum sequer nas comissões, o que inviabilizou a votação. Na quarta, foi feita nova tentativa, sem sucesso. Até mesmo deputados do PT faltaram. "E o pior é que já não podem nem contar com os deputados do PP", avaliou um integrante da bancada da situação. 

Meu passado me condena Dos três nomes cogitados pelo PT para disputar o governo, o secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), é considerado o menos provável por interlocutores da base. Embora seja o favorito de Wagner, caciques ouvidos pela coluna consideram que Caetano dificilmente conseguirá fugir das condenações do período em que foi prefeito de Camaçari. Enquanto petistas dizem que podem usar o discurso de "perseguição política", assim como usam com o ex-presidente Lula, deputados da base acreditam que Caetano dificilmente estará elegível na eleição pelo fato de suas contas de 2012 terem sido reprovadas pelo TCM. 

Tic Tac Para parlamentares ouvidos pela coluna, é questão de tempo para que as contas sejam enviadas para a Câmara de Camaçari, hoje de ampla maioria contra o petista. Caso as contas sejam rejeitadas, Caetano volta a ficar inelegível. No meio político, a expectativa é que as contas sejam enviadas ao Legislativo de Camaçari ainda no primeiro semestre deste ano. 

Mudo ativado Enquanto isso, tem causado estranheza o silêncio ensurdecedor do senador Otto Alencar diante dos conflitos na base governista. Até mesmo o senador Angelo Coronel (PSD), famoso no meio político por ser falastrão, se calou. O que será que estão pensando? 

Mudança à vista Fontes do Palácio de Ondina dizem que os dias de Adélia Pinheiro na Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) estão contados. Elas dizem que Adélia foi escolhida pelo governador Rui Costa para "acalmar os ânimos" de partidos que estavam de olho no posto, que estava vago desde a saída de Fábio Vilas-Boas e era ocupado interinamente por Tereza Paim. Agora, uma nova mudança na pasta já está sendo preparada.

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