O melhor álbum do planeta

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  • Paulo Leandro

Publicado em 21 de setembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Assim falava Zaratustra, O mundo como vontade e representação, Crítica da Razão Pura, Confissões, os 35 diálogos de Platão, o Bhagavad-Gita, A Náusea, Ser e Tempo ou The Idea of Phenomenology. Pode escolher a obra-prima de sua preferência.

Nenhuma delas vai rivalizar com o álbum de figurinhas “A História do Futebol Baiano: tem peleja no Campo da Pólvora”, uma tabelinha da Federação Bahiana de Futebol com a editora Panini, especialista neste gênero, apreciado da criança ao vovô - e com parceria do CORREIO.

O álbum destaca o objeto para o qual damos o corpo e a alma: a bola. Desde a chegada das primeiras redondas até os recentes campeões, esta bíblia de figurinhas é um passeio de alegrias.

O trabalho envolveu pesquisa e texto final, coordenados por Roger Wagner Garcia, o superior Vílson Manfrinati e um timaço de designers, capitaneados pelo “lá-ele” sr. Spada, abastecido por imagens selecionadas em arquivos de jornais e aficcionados.

Para se ter uma ideia, estiveram trocando passes os iluministas Nelson Cadena, Antônio Matos, Milton Filho, Herbem Gramacho, Edson Ruiz entre outros craques cujos nomes as musas não me assopram agora. É a chance de ilustrar-se e chutar o desconhecimento para córner!

Tive o privilégio de interceptar o conteúdo da publicação, cujo condão é dividir a história da humanidade em duas partes, antes e depois do álbum, a ser lançado agora em outubro e já merecedor de uma próxima edição em 2020, com nosso voto de tornar-se anual.

Sabe-se como são inevitáveis as lacunas, quando temos diante de nós uma tarefa recusada por Sísifo e até Hércules, tal a riqueza de explorar um tesouro com este jaez. Procusto há de desculpar, ao menos desta vez, o hóspede, em caso de inevitável desmedida.

Outubro coincide com o aniver da chegada do balão de couro, pelos pés do traquino Zuza Ferreira, em 1901, embora a pelota já rolasse, antes, entre alegres jesuítas e marinheiros, no porto, ali no Comércio.

Partindo dos “grounds” do Campo da Pólvora e do Rio Vermelho, nos idos de 1900 e pouco, vamos saber por que nossos jogos informais são chamados de baba e conhecer os baianos campeões do Brasil no tempo do campeonato de seleções estaduais.

A mistura de culturas dos colonizadores, indígenas e negroafricanos estará demonstrada, com a presença do Ypiranga de Santa Dulce dos Pobres e do Botafogo do brioso Corpo de Bombeiros.

O multiétnico Galícia dos granadeiros tricampeões, bem como o Leone Co., polinizador do nosso desporto, ao semear o gosto pela bola em bairros e municípios, não poderiam escapar.

Todas as honras ao Fluminense de Feira, ao Bahia de Feira, ao Colo Colo de Ilhéus, times do interior campeões estaduais, mas também hipis e urras aos vencedores já extintos e outros finalistas.

Não revelarei agora a seleção de todos os tempos, nem a galeria dos craques, tampouco como estão as belíssimas páginas do Bahia, bicampeão do Brasil e recordista de títulos, assim como evitarei estragar a surpresa dos mais doces registros rubro-negros.

Os jornalistas, historiadores do cotidiano, estarão presentes nas capas mais representativas. Chega logo, vá, outubro! Não deixe de reservar com seu jornaleiro “A História do Futebol baiano” para conferir se exagerei ou é como estou lhe escrevendo.

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade