O mundo está mais quente, e nós já sofremos com isso

Nasa revela que a década de 2010 registrou as temperaturas mais altas de todos os tempos

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  • Divo Araújo

Publicado em 19 de janeiro de 2020 às 07:00

- Atualizado há um ano

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Não é só sensação térmica. O mundo está mais quente a cada ano, e a elevação da temperatura já produz catástrofes em tudo que é canto. Na quarta-feira, a Agência Espacial Americana (Nasa), a Administração Atmosférica Oceânica Nacional (Noaa) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) confirmaram um novo recorde de aumento da temperatura global em 2019. 

Segundo a Nasa, no ano passado, a Terra teve temperatura média de 0,98ºC mais alta do que a média do século 20. A Noaa, que usa uma metodologia ligeiramente distinta, pôs a diferença em 0,95ºC – e 1,15ºC acima da média pré-industrial. 

Em ambos os casos, trata-se do segundo ano mais quente desde o início das medições com termômetros, em 1880. Perde apenas para 2016, e por uma diferença pequena de 0,04ºC.  E mais: a década de 2010 foi a mais quente de todos os tempos. Além disso, 2019 foi o 43º ano consecutivo em que as temperaturas ficaram acima da média.

Não se trata apenas da sensação de mais calor. Quem está minimamente informado sobre as mudanças climáticas (e não acredita mais em terra plana) sabe que as consequências serão potencialmente terríveis para todos nós. O que talvez muita gente ainda não saiba, no entanto, é que elas já estão aí.

Senão, vejamos. Na primeira metade de 2019, a humanidade conviveu com  eventos climáticos extremos e um número recorde de sete milhões de pessoas foram  obrigadas a fugir de suas casas, de acordo com a OMM. A organização calcula que, até o fim do ano passado, o número de pessoas que abandonaram seus lares por causa das questões climáticas chegou a 22 milhões. Secas e temperaturas cada vez mais altas provocaram onda de incêndios na Austrália (Foto: Saed Khan/afp) Foram muitos os eventos. O exemplo mais recente, e também de maior repercussão, foi a onda de incêndios que vêm consumindo a Austrália.Embora as florestas australianas estejam naturalmente propensas à ocorrência natural do fogo, com a vegetação relativamente bem preparada para suportá-lo, a região sofreu nos últimos anos com dois dos fenômenos típicos das alterações climáticas: secas prolongadas e temperaturas cada vez mais elevadas.

A Califórnia também viveu mais um ano de incêndios graves, que já se tornaram endêmicos. Já o ciclone Fani tirou 3,4 milhões de casa na Índia e em Bangladesh em maio. Até julho, houve ainda o ciclone Idai, no litoral sudeste da África, e chuvas torrenciais nos desérticos Etiópia e Irã, além de Filipinas e Bolívia. O ano mais desastroso da História também sofreu com o superfuracão Dorian, que destruiu as Bahamas em setembro.

Calor no Brasil

O país também vem sofrendo com a elevação da temperatura. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou esta semana relatório que compara o número dos focos de incêndio em todos os biomas brasileiros no ano passado em relação a 2018. Os dados revelam aumento em todos eles: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Neste último, o crescimento chegou a 493%.

Esse quadro tem potencial para impactar diferentes áreas. Tanto que o Fórum Econômico Mundial, que começará no final do mês, vai abordar pela primeira vez a questão ambiental, em 50 anos. No Relatório de Riscos Globais 2020, divulgado esta semana pelo, foram listados os cinco principais problemas relacionados ao clima  e que devem ser o foco de atenção para os governos e mercados.

Os eventos climáticos extremos, como enchentes e tempestades provocadas pela elevação da temperatura, estão no topo da lista.

Referência a nazista serve de alerta para governo

Não foi a primeira declaração estapafúrdia de um membro do governo Bolsonaro,  quando não do próprio, mas a referência do ex-secretário especial da Cultura Roberto Alvim a Joseph Goebbels, um dos mais notórios líderes do nazismo, foi de longe a que mais causou repulsa e indignação.

Não sem razão. O discurso de Alvim em um vídeo nas redes sociais tem praticamente as mesmas frases de Goebbels, em 8 de maio de 1933, em um pronunciamento para diretores de teatro. Para piorar, Alvim imita no vídeo a aparência e o tom de voz de Goebbels. Outra referência ao nazismo é a música de fundo, da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, obra que Hitler contou em autobiografia ter sido decisiva em sua vida. Roberto Alvim imita no vídeo a aparência e o tom de voz do nazista Joseph Goebbels (Foto: Reprodução) Porta-voz de Hitler, antissemita radical impiedoso e ministro de Propaganda do regime mais cruel que a humanidade já viu, Goebbels era um pregador fanático da violência nazista. Não só contribuiu para o extermínio de milhares de judeus, como ajudou a matar os próprios seis filhos envenenados, antes de se suicidar junto com a mulher após a derrocada do III Reich.

O que pretendia o ex-secretário ao copiar a fala do nazista ninguém sabe. Mas serve de alerta ao presidente Bolsonaro, que agiu rápido ao demiti-lo, sobre os critérios utilizados para a escolha dos seus auxiliares. Festa do Bonfim com Dulce: bênçãos em dose dupla

No dia de louvar o Senhor do Bonfim, muitos devotos subiram a Colina Sagrada, na quinta-feira, com a imagem de Santa Dulce dos Pobres nas mãos. O santuário da freira, canonizada ano passado pelo Papa Francisco,  fica no meio do percurso  da festa religiosa. No final, os fiéis que andaram os 8 km do percurso saíram duplamente abençoados. FOTO DE MARINA SILVA A cota me machuca. Dói. A cor da pele não muda a nossa inteligência, o nosso caráter, nós somos iguais. Isso me entristece. Uma universidade, uma escola, tem que ser para todo mundo Thiago Martins

Ator comentou sobre as cotas nas universidades em entrevista ao canal Na Real com Bruno De Simone, do Youtube. Após críticas,  Thiago falou na rede social sobre sua origem da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, para justificar sua opinião sobre as cotas e o racismo. “Sou contra o sistema e não contra as cotas! Sou cria da Favela do Vidigal, tenho consciência da minha cor e vi de perto a discriminação”.