O novo normal das festas populares

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  • Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Nos próximos dias, em situação de normalidade, estaríamos nos preparativos e a celebrar o início do ciclo das festas populares da Bahia, referência do período entre a Festa de Santa de Santa Bárbara, louvada em 04 de dezembro e a Lavagem de Itapoan, realizada uma semana antes do Carnaval, quando não apenas alguns dias. Em tempos de pandemia, tratamos as novas rotinas como novo normal, o que não se aplica a eventos de grandes aglomerações. O novo normal, em se tratando de festas populares, é anormal. E imprevisível.

Qual será o comportamento das massas de devotos que tradicionalmente comparecem às ruas para acompanhar as procissões e lavagens, num cenário em que nem o poder público, nem as igrejas e terreiros, poderão estimular os ritos de fé? Não teremos palanques, som, capoeiras e rodas de samba, procissões organizadas, celebrações de missas ao ar livre e nem as longas filas para usufruir da água benta de Santa Luzia, ou encher os balaios do presente a Iemanjá. Teremos, provavelmente, eventos virtuais para os devotos e festeiros acompanharem de casa e, quem sabe, durante o novenário do Bonfim, alguma carreata, se a dita segunda onda arrefecer.

Qualquer que seja o comportamento dos baianos, face as festas populares mais próximas, sinalizara o comportamento dos foliões durante o período do Carnaval, ocorrendo, ou não, no calendário da pre-quaresma, mesmo que a Prefeitura reprograme a festa para outro período do ano, uma micareta por assim dizer. O carnaval é uma data não transferível, o evento organizado pelo poder público, sim. Significa que não tendo desfiles programados para os circuitos Dodô, Osmar, ou Batatinha, exibição de blocos e trios e nem montagem de camarotes, o Carnaval 2021 será no modelo cada um por sim.

Empresas e repartições públicas respeitarão os feriados de Carnaval e aqui na Bahia, tenho certeza, não se atreverão, a pretexto de não ter o evento oficial, a encurtar o feriado para dois ou três dias, serão cinco no mínimo, como de praxe. E o que fazer então? Quem pode, viaja para os destinos que lhe pareçam menos vulneráveis, ou para as casas e fazendas de amigos e parentes. Quem não viaja, e fica na cidade, terá a opção de praia todos os dias, com ou sem aglomeração, e acredito assistiremos a um furdunço espontâneo, grupos de foliões com bandas, e fantasias, percorrendo as ruas do bairro, animando os vizinhos. Não será o Carnaval, mas “nosso Carnaval”.

Teremos, certamente, lives em grande estilo para entreter o público, através do Youtube e alguns deles televisionados, para maior audiência. Não é o melhor dos mundos, mas também não é o pior. O anormal tem todas as facetas, cabe ao público escolher, ou rejeitar, os modelos de entretenimento que lhe sejam oferecidos. Tudo que imaginarmos sobre o comportamento de milhões de pessoas, em um longo feriado de insuperável recall, é pura especulação.

Pura especulação. Que deixa de ser na medida em que as datas de celebração e festas se aproximam, a pandemia não recua, a vacina salvadora parece quimérica e o poder público, imagino, baste cabeça, sem saber o que fazer. Protocolo para tudo funcionou até agora, em termos. Protocolo para festas populares e o Carnaval , eu quero ver.