Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

O passa-moleque de Bolsonaro e a Pfizer dos baianos

  • Foto do(a) author(a) Jolivaldo Freitas
  • Jolivaldo Freitas

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 06:14

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Na briga com a politização da vacina, que vem ocorrendo desde o ano passado entre o governador de São Paulo, João Dória e o presidente Bolsonaro, o que se viu a princípio foi o presidente rejeitando a vacina do Butantan que ele chamou de vacina de Dória e até tripudiou quando se pensou que ela seria menos que um placebo e a insistência do paulistano em conseguir levar para São Paulo fosse qual vacina fosse. Em paralelo o administrador de São Paulo criou uma força-tarefa com os ex-presidentes Michel Temer e José Sarney, para que fossem sensibilizar os chineses a mandar os insumos para a fabricação da CoronVac no Brasil.

Bom lembrar que durante o ano passado o presidente a seus familiares – e até um ex-ministro da Educação e o ministro das Relações Exteriores – tripudiaram os chineses, fazendo “bullying” como meninos levados de escola primária e acusando a China até de criar e espalhar irresponsavelmente o coronavírus pelo mundo.

Não é que depois não querer fechar acordo de fornecimento com a Pfizer - que avisou, isso lá em novembro passado que quem saísse na frente teria direito à vacina, pois essa não chegaria para todo mundo - e na ausências de garantias da Índia e sem a Anvisa aprovar a Sputnik,  a solução foi o presidente baixar a crista, deixar de fungar no cangote do seu ministro Pazzuelo, da Saúde e fazer vistas grossas para a vacina do Butantan que tanto esculhambara. De tal maneira que quando a Anvisa aprovou a CoronaVac Bolsonaro sumiu das redes sociais durante quase uma semana (seus filhos sumiram mais).

Então depois de a vacina ter sido distribuída, garantindo a vida de pelo menos uma certa quantidade de profissionais da linha de frente, surgiu a questão donIFA, esses tais insumos básicos para a fabricação do imunizante. O governo estava queimado com a China e inclusive surgiram notícias de que ela tinha condicionado – estaria na voz do embaixador chinês no Brasil – da saída do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Pelo visto a “ingerência” dos ex-presidentes a mando de Dória deu resultado e os insumos foram liberados pelo governo chinês.

Foi aí que quando a embaixada chinesa assegurou a vinda do produto que entrou Bolsonaro que estava quieto somente à espreita. Do nada ele atravessou João Dória e anunciou que o governo tinha conseguido o insumo graças à ação do queimadézimo ministro Pazzuelo. Antigamente isso se chamava de “dar o migué” e mais antigamente ainda era um “passa-moleque”. É o no popular expressionismo baiano o tal de “gozar com a... do outro” ou mesmo o clássico “dar o bote”. Como dizem os da provença, Bolsonaro é um “fura-olho”.

Jolivaldo Freitas é escritor e jornalista