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O que a carta de Diego Cerri diz sobre Bellintani

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

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“Quando o presidente Guilherme Bellintani assumiu, firmamos um compromisso de tocar um projeto muito grande de cada vez mais profissionalizar o Bahia. Senti que precisava honrar este compromisso até o fim. Em 2020, traçamos como meta galgar voos ainda maiores”. Essa declaração foi parte da justificativa do diretor de futebol Diego Cerri para recusar o convite do Palmeiras. O texto foi publicado pelo Bahia.

Sem querer ou querendo, Cerri é até agora a pessoa que falou de maneira mais clara sobre a situação do presidente tricolor. Ventilado nos bastidores da política como possível candidato à prefeitura de Salvador em 2020, Bellintani jamais negou nem confirmou se voltará à esfera da administração pública, de onde saiu para presidir o clube. Adota o silêncio típico de quem está observando o cenário antes de tomar decisão. Porém, a resposta parece estar na declaração do diretor de futebol, citando nominalmente Bellintani no compromisso firmado e a necessidade de honrá-lo até o fim. 

A política é sempre dinâmica, ainda mais nesse contexto de análises e movimentações prévias em funções das eleições de outubro de 2020, mas a julgar pelo teor da carta publicada pelo próprio Bahia, seria estranho que, daqui a um mês, o presidente abrisse mão do mesmo compromisso alegado por Cerri para ficar.

Ainda que o texto oficial não necessariamente exponha todas as nuances que fizeram o diretor de futebol recusar o Palmeiras, coube ao clube a escolha de divulgar o trecho “em 2020, traçamos como meta galgar voos ainda maiores”. Aparentemente, uma sinalização de que Bellintani está decidido a não ser candidato à prefeitura – seja por análise do cenário da política, do Bahia e/ou de ambos.

A permanência de Cerri e, ao que parece, de Bellintani, é boa para o clube. Com a atual diretoria, o tricolor tem impulsionado o trabalho iniciado na gestão de Marcelo Sant’Ana e registrado um crescimento notável. Há erros, há críticas, há frustrações, os resultados em campo em 2019 deixaram a desejar no geral - apesar das boas campanhas na Copa do Brasil e no primeiro turno do Brasileirão -, mas o saldo é positivo. 

De Bellintani, cabe destacar o aumento de cerca de 70% no orçamento do clube no ano. Considerando que a essência do cargo que ocupa é administrativa-financeira, esse é o principal ponto positivo da gestão, embora, devido à cultura brasileira, a cobrança pelo futebol também recaia fortemente sobre o presidente. O caminho para chegar até isso foi marcado por ações inovadoras no clube, como a bandeira da associação em massa, a marca própria de uniformes e a loja oficial na Fonte Nova, além da presença constante no mercado como vendedor de jogadores.

De Cerri, vale destacar o quanto a expectativa do futebol aumentou. Mais uma vez, com a ressalva de que os resultados de 2019 deixaram a desejar, pois o Bahia regrediu em relação a 2018 por causa das eliminações na primeira fase da Copa do Nordeste e da Copa Sul-Americana. A maior demonstração de crescimento, no entanto, está na certeza de que a vaga na Sul-Americana teve tom de frustração e de que somente disputar a Série A já não é suficiente para os corações tricolores; é precisa mais, seja no Brasileirão, na Copa do Brasil ou na competição continental. 

Herbem Gramacho é editor de Esporte. Escreve às quintas-feiras.