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Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2021 às 05:24
- Atualizado há um ano
Já não é mais novidade que as medidas restritivas do último ano afetaram empresas em todo o país, mas foram os negócios administrados por mulheres os mais impactados. É o que revelou o relatório da Global Entrepreneurship Monitor (GEM): 1,3 milhão de mulheres à frente de um negócio tiveram que fechar as portas. Por outro lado, as mulheres também figuram entre os grupos que mais empreenderam neste período, com uma expansão de 49% em relação a 2019.
De acordo com a pesquisa, houve um forte fluxo de chegada e saída de mulheres, com destaque para a entrada daquelas nos estágios iniciais da atividade empreendedora, que transformaram em oportunidade de renda algo que já faziam em casa, como cozinhar para fora, por exemplo; enquanto o perfil das mulheres “de saída” é o de maior escolaridade e em fases mais avançadas. Mas por que essas mulheres não mantiveram seus negócios? Os motivos, claro, podem ser muitos e questões de preconceito de gênero estão entre eles. Culturalmente, é dada à mulher a responsabilidade das tarefas domésticas. Com o acúmulo de funções, na pandemia, muitas se viram obrigadas a “dar um tempo” nos negócios para se dedicar à educação dos filhos no ensino remoto. Mas é também pela falta do conhecimento e prática de uma boa gestão financeira, capaz de manter a empresa funcionando em períodos de crise. Habilidades importantes para um melhor controle das finanças, como saber precificar produtos, serviços e definir, inclusive, o pró-labore, por exemplo, são transferidas a pais, maridos, irmãos sem necessariamente serem capacitados para isso, mas apenas por serem figuras masculinas. Nós, mulheres, dificilmente somos estimuladas a lidar com dinheiro.
Da padaria da esquina à uma multinacional, toda gestão de verba segue a mesma lógica. O que a pandemia nos mostrou é que falta a muitas de nós tomar as rédeas dos números das nossas empresas. Mas a internet se tornou terra fértil de informação nesse quesito. Perfis especializados trazem experiências de empreendedoras e o que elas aprenderam no último ano. Em minhas redes, por exemplo, compartilho dicas práticas de gestão financeira e estou criando uma plataforma digital para que, com uma rotina de menos de 10 minutos por dia, as empreendedoras tenham acesso a informações seguras para a tomada de decisão do dinheiro do negócio. Por isso, convido as empreendedoras a assumirem o controle financeiro da sua empresa! Não é tão difícil quanto parece; nós só não estamos habituadas a isso - ainda.
Raquel Santos é especialista em gestão financeira, autora do Bora Financeirar?!, empreendedora e atual diretora financeira da Confederação Nacional de Jovens Empresários (CONAJE).