O que vale mais, exibir o carão ou manter pessoas mais seguras?

As notícias que marcaram a semana

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  • Andreia Santana

Publicado em 13 de março de 2021 às 07:00

- Atualizado há um ano

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Todo mundo gosta de estar e, principalmente, parecer bem. Em uma pandemia, depois de um ano inteiro de isolamento social e da adoção de novos hábitos de vida e modos de interação, é compreensível o interesse das pessoas em elevar a autoestima. No entanto, por mais que ressaltar a beleza seja também terapêutico, não dá para assumir atitude irresponsável em nome do 'look do dia'.

Na quinta-feira, 11, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicou novas regras sobre o uso das máscaras de proteção contra a covid-19 e proibiu o uso dos acessórios transparentes, de materiais como acrílico e vinil, em aeroportos e aeronaves. 

Na verdade, especialistas em infectologia condenam as máscaras transparentes - que segundo eles sequer deveriam ser chamadas de máscara - em qualquer lugar. E pelo simples motivo de que esses equipamentos não protegem contra o novo coronavírus.

Só a título de comparação, os Face Shields - Escudos Faciais, na tradução do inglês - que são grandes estruturas transparentes e plásticas que  cobrem todo o rosto, inclusive os olhos, aumentam a proteção de profissionais de saúde que atendem pacientes com covid-19, mas apenas e unicamente, se o escudo for colocado por cima da máscara cirúrgica ou da N95, proteções indicadas para quem lida com pessoas infectadas pelo coronavírus e que compõem os EPI - Equipametos de Proteção Individual desses profissionais.

Para as pessoas comuns que adotam o Face Shield para se preservar de respingos, eles só valem se forem usados por cima da máscara de tecido bem ajustada ao rosto, da equivalente cirúrgica ou da N95, a mais segura de todas, segundo especialistas.  Protetores transparentes até exibem o batom, mas não protegem do vírus (Foto: Divulgação) Sozinhos, os escudos não devem ser usados porque eles não vedam a passagem do ar e não impedem o contato com os aerosóis e as gotículas da respiração. É o mesmo princípio das ‘máscaras’ de acrílico que alguns sites começaram a vender alegando que servem para você se proteger 'ressaltando a beleza'.

O detalhe é que usando as tais ‘máscaras’, você não se protege e muito menos impede a  contaminação dos outros, caso esteja com o vírus, mas sem sintomas.

A resolução da Anvisa baniu os acessórios faciais de acrílico e também as bandanas e lenços usados no rosto nos voos.

Como o  infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Antonio Bandeira, afirmou em entrevista à BBC Brasil, essa semana, "essa máscara de vinil, transparente, não tem função de máscara, não tem elemento filtrante nenhum e não deveria nem se chamar de máscara e sim de protetor facial. Máscaras mesmo são as de tecido, cirúrgica e N95", enumerou.

Acessórios transparentes, tal qual os escudos faciais, só têm função de proteção se forem colocadas por cima de uma máscara real, que filtra o ar e impede vazamento de gotículas. 

Então, fica a dica: atitude cidadã na pandemia é puro luxo e beleza!

Outros destaques do noticiário

Quase 28 mil crianças baianas infectadas Crianças infectadas pelo coronavírus podem desenvolver síndrome rara (Foto: AFP/Arquivo) Dados do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) na quarta-feira, 10, revelaram que 27.934 crianças de 0 a 9 anos  já se infectaram com o novo coronavírus na Bahia. Desse total, 48 morreram e 68 desenvolveram a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença associada à covid-19.

Entre as mais afetadas estão as crianças de 5 a 9 anos, que somaram 12.632 infectadas, seguidas daquelas da faixa etária de  1 a 4  anos, com 10.098 casos no total e dos bebês com menos de 1 ano de vida: 5.204.

No grupo dos mais velhos, uma adolescente de 15 anos morreu no Extremo Sul baiano de covid-19 e autoridades sanitárias suspeitam de que ela foi infectada pela variante de Manaus. O caso está sob investigação.

Fora daqui, em São Paulo, um menino de 3 anos morreu essa semana por complicações da covid-19. As escolas paulistas também decidiram fechar novamente, por um período de duas semanas, depois do registro de 4 mil crianças contaminadas. 

Vale lembrar que o Brasil ainda não tem previsão de vacinar os pequenos.

Pet do gripário dos Barris Covid, a mascote (Foto: Marina Silva/CORREIO) Um pintinho adotou a área externa do gripário dos Barris como sua nova casa desde o começo da pandemia. Acolhida pela equipe da unidade, a mascote inusitada cresceu, virou uma galinha e foi batizada com o nome de Covid, recebendo, ainda, mimos dos pacientes. Saiba mais aqui.

Fukushima faz 10 anos Lanternas para as vítimas de Fukushima iliminaram o céu da cidade onde aconteceu tragédia (Foto:  Jiji Press/AFP) O Japão lembrou na quinta-feira (11) o 10.º aniversário da tragédia de 11 de março de 2011, quando ocorreu um terremoto, seguido de um  tsunami e do acidente nuclear na Usina de Fukushima. A tragédia deixou um saldo de 18.500 mortos. O  acidente nuclear japonês  foi considerado o pior já ocorrido  na história desde Chernobyl, Ucrânia, em 1986. As prefeituras de Tóquio e de Fukushima realizaram homenagens públicas às vítimas.

Quentes e sem vida Temperaturas nas cidades se tornarão cada vez mais altas com aquecimento global (Foto: Agência Brasil) Os trópicos podem tornar-se inabitáveis para o ser humano se não conseguirmos limitar o aquecimento global a 1,5 grau centígrado até 2030, alertaram cientistas na terça, 09. Segundo publicação  na revista Nature Geoscience, as regiões tropicais do planeta podem atingir ou mesmo exceder os limites de temperatura suportados pela vida humana, tendo mais ocorrências de  eventos de calor extremo, devido às alterações climáticas. 

Operação simbólica Operação prendeu quatro pessoas no Rio (Foto: Polícia Civil do Rio de Janeiro/Divulgação) A Operação Resguardo prendeu 1.548 pessoas e cumpriu 985 mandados de prisão por violência contra a mulher, nos 26 estados e Distrito Federal, na segunda-feira, 08, em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Por mais que seja nobre a intenção da ação coordenada,  é importante ressaltar que as mulheres são vítimas de violência doméstica e feminicídio o ano todo no Brasil e que o seu   combate não pode ser sazonal, mas diário.

O que as celebridades disseram Juliana Paes interpretou Gabriela em remake de 2012 da novela (Foto: Divulgação) "A única coisa que foi o grande desafio de subir na árvore foi que hoje em dia a gente precisa de equipamento de segurança, e eu fiquei louca da vida no dia e falei: 'Como assim? Eu não vou só subir, escalar?'. Eu subo em árvores e não tenho medo", Juliana PaesAtriz falou em live sobre desafio de refazer cena icônica de Sônia Braga, em Gabriela, novela inspirada em romance homônimo do baiano Jorge Amado. Juliana protagonizou o remake da produção da TV Globo, em 2012, e disse que desobedeceu o Corpo de Bombeiros e o diretor da trama ao escalar uma árvore sem equipamento de segurança.