O surfe nas ondas da internet

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Publicado em 8 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Dez etapas no ano, oito vitórias brasileiras. Três postulantes ao título mundial, sendo dois brasileiros e um australiano. Não dá pra ter dúvida sobre qual nação domina o surfe atualmente. E, se há, qualquer discussão pode ser encerrada nos próximos dias.

Abre-se hoje a janela para a última etapa de 2018 do Circuito Mundial de Surfe, em Pipeline, no Havaí. Muitos podem ficar com o troféu da etapa, mas somente três tem condições de levar o troféu pelo ano todo: Gabriel Medina, Filipe Toledo e Julian Wilson.

Na internet, australianos e americanos emanam todo tipo de energia negativa para os brasileiros, por um motivo muito simples: não se conformam com o fato inescapável de que, atualmente, não são eles que mandam no surfe mundial.

Historicamente, as grandes estrelas da prancha sempre foram da Austrália ou dos Estados Unidos (colocando o Havaí no bolo americano). Muitos talentos brasileiros surgiram ao longo dos anos e ganharam respeito dos gringos, mas na hora de disputar o título, ficavam pra trás.

Há fatores para explicar: em relação a outros países, o Brasil não é lá um grande pico de ondas. Além disso, em outros tempos não era tão fácil sair para treinar em outros lugares. Mas aí veio o dinheiro dos grandes patrocinadores, veio a facilidade para viajar rumo às melhores ondas e veio a explosão técnica e competitiva de uma geração inteira, deixando os estrangeiros um tanto amuados.

Uma boa estratégia para dar risada por esses dias é acompanhar os comentários que rolam durante a transmissão do torneio na internet. Brasileiros e gringos só faltam sair no tapa virtual, todo mundo querendo puxar a brasa pra própria sardinha. Os caras falam do juiz, da vibração, do mar, da mãe, da tatuagem e de qualquer coisa que possa tirar o mérito do adversário.

Durante a etapa de Pipeline, certamente não será diferente, mas bom mesmo é que o troféu fique com um dos nossos. Afinal, é bem mais divertido ver os brasileiros fazendo hora com os gringos e metendo um inglês todo troncho pra xingar o cara que está em outro hemisfério.

A ciência já provou: quando o assunto é fazer chacota e criar intriga, não há povo no mundo com mais know how que o nosso.

Mal e bem Mesmo tendo disputado só metade do Campeonato Brasileiro, o melhor jogador do Vitória foi o zagueiro Lucas Ribeiro, de 19 anos. De onde Lucas saiu? Da divisão de base.

Acaba a temporada e o Vitória começa a se preparar para 2019, quando vai disputar a segundona. Daí, qual é a primeira contratação da diretoria? Um zagueiro do time B do Internacional.

É claro que, para os gênios, deve ser melhor trazer um zagueiro do time B do Internacional que dar mais espaço aos zagueiros formados aqui (junto com Lucas Ribeiro), que estão nos times sub-23 ou no sub-20.

Menos mal foi o anúncio do novo treinador. Marcelo Chamusca tem experiência em acessos e gosta de dar espaço aos jovens da base. Tomara que sua voz seja ouvida pelos dirigentes. Afinal, todo mundo sabe que o Vitória vai jogar a segunda divisão, mas a diretoria é de terceira.  

Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados.