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O torcedor do Bahia tem que acreditar

  • Foto do(a) author(a) Miro Palma
  • Miro Palma

Publicado em 25 de outubro de 2019 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Entrei na imprensa esportiva em 2008, quando comecei como estagiário aqui mesmo no CORREIO. Naquela época, o Bahia estava na Série B do Campeonato Brasileiro e ainda tentava se recuperar do trágico acidente que vitimou sete tricolores em novembro do ano anterior, quando a arquibancada da Fonte Nova ruiu no jogo entre o Esquadrão e o Vila Nova. 

Em Feira de Santana, o time teve dificuldades para se adaptar ao Joia da Princesa e fez um campeonato bem discreto, terminando na 10ª colocação, 11 pontos atrás do Grêmio Barueri, quarto colocado, e 33 distante do líder e campeão Corinthians, que retornou à Série A.

A temporada posterior também foi frustrante. Sem aprender com os próprios erros, a equipe azul, vermelha e branca por pouco não amargou mais uma queda para a Terceirona. Um campeonato irregular, com altos e baixos, terminando só na 12ª posição. Vasco, Guarani, Ceará e Atlético Goianiense conseguiram o acesso. 

Só em 2010 o sorriso voltou a aparecer no rosto dos tricolores. Uma temporada que me marcou, afinal, tornei-me setorista do clube e acompanhei de perto o caminho do acesso após sete anos de sofrimento. Se o Bahia subiu naquele ano, agradeça a jogadores como Renê, Ávine, Morais, Adriano e Jael, além do técnico Márcio Araújo, que vestiram a camisa do clube com garra e abraçaram a ideia de recolocar o time na elite do futebol nacional. 

Os anos seguintes foram de angústia. Em 2011, 2012 e 2013 o tricolor sempre brigou para não voltar à Série B. Campanhas ruins, uma quantidade grande de treinadores, diretores de futebol, jogadores e por aí vai. A calculadora parecia só fazer uma operação: quantos pontos faltam para não cair? Se ganhar todas em casa dá pra se salvar? Perguntas que viraram rotineiras. 

Veio a intervenção, seguida da democracia, queda para a Série B em 2014 e decepção em 2015. Processo de reconstrução, que exigiu paciência. Marcelo Sant’Ana segurou a onda como presidente e passou a bola para Guilherme Bellintani. A essa altura, o clima já era outro. Salários em dia deixaram de ser notícia. Pagamentos de dívidas, recuperação de patrimônio, orgulho de ser Bahia. Um clube que volta a ser respeitado e que agora marca golaços também fora de campo. Enfim, o clima mudou. 

Relembrei um pouco tudo isso para fazer você, torcedor tricolor, refletir um pouco. Após a derrota de 2x1 para o Ceará, na 27ª rodada, vi muitas pessoas jogando a toalha e chamando os jogadores de “frouxos”. Era um jogo pra ganhar? Era. Perdeu pontos preciosos? Perdeu. Mas quem não vacila no Brasileirão? Aponte um clube... O Bahia vai encarar o Internacional nesse final de semana e só um pontinho separa o clube da zona de classificação para a Libertadores da América. É hora mesmo de desistir? Ainda faltam 11 jogos! 

Ninguém sabe se o Bahia vai disputar a Libertadores de 2020. O futebol é apaixonante, mas também pode ser cruel. A verdade é que, depois de 18 anos, o clube volta a brigar de igual para igual com os outros grandes do país. Em 2001, o Bahia se classificou para as quartas de final do Brasileiro. De lá pra cá, quando o time esteve tão bem? Por isso, torcedor, é hora de apoiar e curtir esse momento. Pelo caminho que trilha, não vai demorar muito para o Bahia aparecer na Libertadores. É só ter paciência. 

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras