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O Uruguai respira futebol; que inspire o Bahia

Publicado em 21 de fevereiro de 2019 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Montevidéu é uma cidade que respira futebol e não é de agora. Lá foi disputada a primeira final de Copa do Mundo da história, em 1930. Lá foi construído o estádio mais antigo das Américas, o Gran Parque Central, que existe desde 1900, propriedade do Nacional. É lá também onde o Bahia precisa vencer para continuar respirando o ar de competições internacionais pelo qual tomou gosto no ano passado, ao chegar às quartas de final da Copa Sul-Americana e ser eliminado de maneira polêmica com uso do VAR. Enfrenta o Liverpool hoje, às 19h15, após perder na Fonte Nova por 1x0. Qualquer vitória serve, exceto por 1x0, que leva a decisão para os pênaltis.

O desconhecido time apresenta um país peculiar. A população do Uruguai inteiro, cerca de 3,5 milhões, é pouco maior que a de Salvador, que o IBGE estima ter 2,8 milhões. Cerca de 40% dos uruguaios moram em Montevidéu. E a capital concentra também os times de futebol do país.

Buenos Aires e Londres são cidades que os fanáticos por futebol destacam por abrigar um estádio em cada esquina. Montevidéu não fica atrás. O Campeonato Uruguaio proporciona algo inimaginável em um país de dimensão continental como o Brasil: 13 dos 16 times da primeira divisão são da capital e um é da região metropolitana, na vizinha Las Piedras.

Cada equipe joga em um estádio, sem repetir. No último fim de semana, seis das oito partidas da primeira rodada foram disputadas em Montevidéu. Na próxima rodada, serão sete. E o tradicional Centenário não está incluso. Como o Peñarol inaugurou casa própria em 2016, o principal estádio do país praticamente só é utilizado em jogos da seleção.

Os times da primeira divisão, em sua maioria, jogam em estádios de bairro, condizentes com a situação dos clubes – exceto Peñarol e Nacional. Passam longe do que nos acostumamos a chamar de arena e têm estrutura acanhada, semelhante a alguns utilizados no Campeonato Baiano, por exemplo. O Luis Franzini, onde o Bahia enfrentará o Liverpool, visualmente tem o porte do Carneirão, em Alagoinhas. Chamam atenção os assentos similares a bancos de praça na arquibancada. Nada de encosto, nem cadeiras com suporte para os braços. Comporta 16 mil espectadores. O gramado é bom.

O estádio pertence ao Defensor, onde não só o dono do local como também o Liverpool, o Danubio e o River Plate (homônimo do tradicional argentino) mandam seus jogos em competições internacionais. Foi no Luis Franzini que o Atlético Mineiro jogou ontem pela Libertadores, contra o Defensor – e também na fase passada, contra o Danubio. No Uruguai, a colocação de iluminação artificial é processo recente nos estádios de bairro e nem todos têm.

O Liverpool atuou em seu estádio, o Belvedere, na estreia do Campeonato Uruguaio, quando empatou com o Nacional por 1x1. O lugar é motivo de orgulho para o adversário do Bahia, por um nobre motivo. Lá, a seleção uruguaia vestiu pela primeira vez a camisa azul celeste, consagrada mundialmente e apelido da seleção. Aconteceu em 1910, num torneio contra a Argentina que os donos da casa venceram por 3x1. No muro de uma das laterais está escrito: “Aqui nasceu o futebol uruguaio”.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.