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Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Não é difícil entender por que Carlos Amadeu começou a ajustar o time do Vitória pelo sistema defensivo, que levou apenas um gol sob o seu comando, marcado pelo Coritiba, quarto colocado da Série B do Campeonato Brasileiro e um dos fortes candidatos ao acesso. Para um treinador que assume uma equipe cheia de problemas, é sempre mais fácil organizar a cozinha, geralmente a fonte dos problemas.
O motivo é simples: é mais fácil para os atletas assimilarem os conceitos de recomposição, balanço defensivo e sistema de coberturas, pois eles são, digamos assim, mecanizados. O brasileiro está mais familiarizado com a ideia de voltar para marcar, posicionar-se atrás da linha da bola, movimentar-se de acordo com o lado em que a jogada se desenrola e ocupar o espaço vazio deixado pelo companheiro que saiu para combater o atacante rival. Para dar um passo adiante e fazer com que o elenco entenda e execute as ideias ofensivas, aquelas que proporcionam à equipe chegar com qualidade na cara do gol, o treinador precisa de mais tempo. Em outras palavras, de forma bem resumida, é mais fácil ocupar espaços do que criá-los.
Ainda que mais simples, já havia se tornado difícil imaginar um cenário em que a equipe evoluísse defensivamente, a ponto de ter passado seis das últimas sete partidas sem ser vazada, seja com o uruguaio Martín Rodríguez no gol, seja com o questionado Ronaldo. Só para se ter ideia do caos defensivo de um passado recente, o Vitória ainda tem a segunda pior defesa da Série B, mesmo com a excelente média dos jogos recentes. São 27 gols sofridos em 21 rodadas, média de mais de um por partida.
Amadeu fez o que nenhum dos outros três técnicos que passaram pela Toca conseguiu, e isso é salutar. A evolução devolve um fio de esperança ao torcedor rubro-negro, que segue preocupado com a proximidade de apenas dois pontos da zona do rebaixamento, é bem verdade, mas ganhou fôlego extra para continuar sonhando com uma disparada quase milagrosa rumo ao G4, hoje distante dez pontos.
Esse intervalo de 11 dias entre um jogo e outro é de fundamental importância para os planos do rubro-negro. Depois de enfrentar uma maratona desgastante, Carlos Amadeu ganha respiro para descansar seu grupo de jogadores e também para colocar em práticas suas ideias de jogo, afinal ele mal teve tempo para treinar nas últimas semanas, atropelado por uma rotina de jogo atrás de jogo.
Agora é o momento de martelar os conceitos ofensivos, a fim de melhorar a construção de jogo do Vitória, que é um ponto que ainda tem deixado a desejar. Se levou um gol nas sete partidas sob comando do treinador, a equipe balançou as redes apenas cinco vezes nesse mesmo período. Mais doloroso ainda é ter empatado em 0x0 as últimas três partidas dentro de casa.
As dificuldades que se colocam no caminho, entretanto, são absolutamente naturais. É sempre bom lembrar que Amadeu tem pouco mais de um mês à frente da equipe, período curto para ser cobrado por um futebol vistoso. O que se cobra dele é um futebol competitivo, e isso não tem faltado. A próxima parada do Vitória está marcada para sábado, contra o Guarani, agora em nova casa, a Arena Fonte Nova.
Rafael Santana é repórter do globoesporte.com e resenha sobre futebol toda quarta