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O Vitória prova a existência do Deus pai

  • Foto do(a) author(a) Paulo Leandro
  • Paulo Leandro

Publicado em 21 de setembro de 2022 às 05:08

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

A benevolência infinita, enfrentando temporal sem arredar pé, numa terceira divisão; a unicidade de clube indicativo da suprema perfeição e a beleza plena da torcida fiel a louvar: “Vitória! Vitória! Vitória!”.

Está provada, pelo Negô baiano, a existência de deus pela via racional, não restando dúvida a simplicidade da imensa, imutável (imbatível!) e eterna torcida ungida com todos os óleos de excelsa bondade.

Sábio, a ponto de reunir o dom da onipresença, o Decano estará em Belém do Pará, terra da minha mãe, Maria de Nazaré, para segurar o círio a fim de transcender à segunda divisão, ao visitar o Paysandives.

Para além da razão, a galera é guiada pela fé e desconhece o mal, ao desviar a inveja para as ondas do mar sagrado; com a graça e a misericórdia, aceita e perdoa um ou outro vacilinho dos nossos santos.

A santidade de Dalton, Rafinha, Dionísio, Tréllez, Alemão, Marco Antônio, Luigi, Mário, Yoshi, Princesa Peach e tantas abençoadas e abençoados, tem como guia e protetor São João Burse, a quem devemos erguer uma catedral na Toca.

Onisciente, São João, inspirado pela sabedoria divinal, tem consciência de conduzir uma agremiação marcada pela eternidade – não foi criada nem terá fim, pois sempre existiu, ao curar-se do Pecado e da Queda.

Tendo a fé como princípio e fim, o Vitória é a décima-nona prova da presença de deus, desafiado por flagelos e dores, até ressuscitar em Milagre, o décimo-sexto Mistério.

Não é outra a mensagem do Salvador, ao receber açoites  e carregar cruzes em cada uma das estações da primeira e segunda fases até conhecer a Glória na presença do Pai, na última das rodadas.

22 mil secadores cairão a sua direita, e mais outros 22 mil à esquerda, seguindo firmes os perseguidos porque deles será o Reino da Sorte, na Segundona em 2023, na nova passagem do Povo Escolhido rumo à elite.

A diretoria, pecadora pelas ligações estranhas com o coirmão, pagará sua penitência, mas como o deus rubro-negro é puro Bem, saberá perdoar.

Vânderson, o herói mítico, anjo das asas largas, vai anunciar a classificação, tornando pequeno o Aeroporto Dois de Julho, na volta dos nossos serafins e querubins, após alcançar a mística do Encontro com a Luz.

Preparam-se, portanto, os fiéis da Igreja do Reino do Leão, para o momento da Revelação, desviando do olhar dos decaídos, ao tornar inócua a inveja daqueles incapazes de compreender o Amor.

Não se ganha de véspera, ao contrário, diz o Senhor na sagrada escritura: “faze a tua a parte e eu te ajudarei”. Faze tua parte, oh Leão dos baianos e chegarás ao teu Lugar.

A doação do sangue, em plena transubstanciação do espírito felino da garra de forma imutável, terá de repetir-se, como ocorreu no triunfo sobre o Figueirense, como esta clarividente coluna antevira.

A mesma premonição, acrescida da fé e da prova da existência divinal, estará presente em cada um dos bons cristãos trajados da armadura vermelha e preta na última cruzada.

Em cada corpo, habita uma alma feita de coragem, prudência, conhecimento e senso de justiça, cabendo às espadas afiadas cortar a língua dos hereges anti-Vitória.

Para estas sombras sem consciência, afundadas na areia movediça do rancor, ecoa a Verdade Imbatível: “Deus me livre não ser Vitória”.

Paulo Leandro é jornalista e professor doutor em Cultura e Sociedade. A opinião do colunista não representa necessariamente a do CORREIO.