O Vitória tem fome, dá de comer! Se plante, Cruzeiro

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  • Paulo Leandro

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 05:36

- Atualizado há um ano

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O torcedor do Vitória (de verdade), quando o time vai mal, revela a força de seu caráter, ao colar com o Leão de tal sorte a somente pensar positivo, enquanto a inhaca não se pica de uma vez.

Os pastores da toca pregam a necessidade de louvar ao deus dos felinos, diante do Cruzeiro de Marcelo Moreno, e agora, com Vanderlei Luxemburgo mais Ricardo Rocha, valei-nos Nossa Senhora de Canabrava!  

Será preciso oferecer sacrifícios ao altar, se fraquejar o clube-pai do qual todas as federações descendem, olimpiano de origem, considerando o contexto, por terem sido os jogos recriados em 1896, três anos antes de nascer nosso team de cricket, no clima arejado da era moderna.  

Sofre o povo da Sentinela Avançada, do Relógio de São Pedro, da Baixa de Quintas, da Sussunga de São Caetano, da Ladeira do Funil, da Feira de São Joaquim e do Pau Miúdo, crushes das mina da Curva Grande do Garcia, e de Periperi a Itapuã, pandemia de tristeza!   

Clube querido por patrões e empregados; CDFs e burráldis; saquebas e lesões; golpistas e antiFA; imenso é o amor pelo Negô de Kirimurê, como os donos daqui chamavam Salvador antes de os cartórios lusitanos passarem recibo aos piratas.   

Não poderia o Vitória do Bem, caridoso ao ajudar clubes necessitados, ser abandonado agora pelo bondoso Deus, embora recomende-se reforçar a fé com todo o panteão grego de Zeus e o africano, Olódùmarè no comando. Bíblia, guia, raios, fantasma, bozó, tudo vai ajudar!  

O torcedor noiado vem passando de fase, começando pelo medo de empatar, seguido pelo estágio do pavor da derrota, ora alcançando o paciente do quarto 1899 um quadro evidente de pânico de goleada.   

Desce, assim, destabocado, a Ladeira da Água Brusca, nosso intimorato Decano, indo dar lá ele onde era Água de Meninos, enquanto a raposa já está toda se babando, doida pra saborear o ensopado de leão ao dendê.  

Os bahias estão supergentis, puxando papo, “oiiii, diga aí meirmão, e essa Série C, o Vitória vai virar América, Portuguesa e Galícia?”, sabe como é, o ódio sempre deu mais gosto desde as hordas, a força vem da violência, o forte não tem culpa se quem anda fraco dá seu mole.  

Autêntica retrô, Vitória x Cruzeiro uma vez me deu uma alegria histórica de uma aula de Oficina de Comunicação Escrita, no Barradão, “como escrever um jogo”. Isso foi no início deste século, curti levar a nova imprensa para apresentá-la ao estádio: Leão 4x2 de virada.  

Vem ao youtube afetivo, o link da saudosa Márcia Rodrigues, uma vez curtimos o Negô espancar o gambá mineiro por 4x1, Paulo Musse no gol porque o titular e o reserva estavam machucados ou suspensos, Marcelo Ramos abriu e depois só deu Leo no Manoel Barradas.  

Acarajé é mais rango, pãozinho de queijo cai melhor na merenda, se ‘prante’ cruzeiro, porque o real leão é boca de zero-nove, e mesmo caidinho, pode jogar de igual para igual e vencer nas minas da poetisa Maria Inês, um a zerinho tá bom, ou meio a zero, valem os três pontos.  

Quem veste este padrão, precisa dar sangue em campo, tribo tupi, ativar! Toca o hino nacional: “no campo da luta, tu és o melhor, o teu pavilhão, tem feitos de glória, Vitória, Vitória, tu tens grande história!” Vamos, no ‘get together’, buscar um bom resultado! 

Paulo Leandro é jornalista e professor doutor em Cultura e Sociedade.