ODS e ESG nos municípios minerários

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  • Eduardo Athayde

Publicado em 26 de julho de 2021 às 09:06

- Atualizado há um ano

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Presente nas tendências de vanguarda de grandes investidores, que exigem atenção em questões ambientais, sociais e de governança, a visão ESG demanda das empresas de mineração relatórios sobre suas performances locais, despertando a atenção de prefeitos, empresários e pequenos comerciantes. Soprado por ventos internacionais que circulam o planeta, o ESG entra sutilmente pelos cantos das cidades anunciando uma boa nova para a gente dos municípios minerários.

Na era da ‘eco-nomia digital’ não existe mais cidades do interior, os municípios passaram a ser pontos do planeta do mundo Google que podem ser visitados por qualquer um, em qualquer lugar, prospectando possibilidades de investimentos locais. Antes remotas, no ‘meio do nada’,  escondidas de concorrentes, as minas podem agora ser visitadas por estudantes, em escolas ou universidades do mundo, interessados em entender como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) estão sendo aplicados em locais onde os seus pais, como investidores, estão presentes – influenciando-os.

Para uma coisa ser global, precisa antes ser local. O global apenas é um mosaico de valiosas localidades. As maiores agências internacionais de risco, Standard & Poors, Fitch e Moody’s, que avaliam riscos na aplicação de fundos na mineração, já sabem disso e também gloogleiam tudo. Esta onipresença digital faz uma imensa diferença para investidores e para empresas nesta era ODS/ESG, ninguém fica mais na sombra, satélites, internet das coisas (IoT) e inteligência artificial cruzam dados, facilitam a visão e avaliam novas perspectivas de investimentos. Olhando além das demonstrações financeiras, Investidores estão considerando a ética, a vantagem competitiva e a cultura da organização no local onde atua. No caso da mineração, propõem novos padrões e estruturas para mensuração de investimentos, observado questões ODS/ESG que influem na indústria minerária:

Meio ambiente: biodiversidade, serviços ecossistêmicos, gestão da água, resíduos e rejeitos de mina, reuso, ar, ruído, energia, mudança climática (pegada de carbono, gás de efeito estufa), substâncias perigosas, fechamento de mina.

Social: direitos humanos, uso da terra, reassentamento, pessoas vulneráveis, gênero, práticas trabalhistas, segurança e saúde do trabalhador, comunidade, segurança, mineradores artesanais, fechamento de mina e pós uso. Governança: conformidade legal, ética, anticorrupção, transparência, riscos e lucratividades comparativas a outros investimentos. Aplique seus recursos onde o conjunto desses critérios estiverem presentes e operados competitivamente, ensina o manual ESG - ágrafo - do novo investidor.

Incrustado no ‘E’ de Environment, o ‘E’ do Econômico, está presente - e muito ativo - nesta nova formula de observar mercados, ajudando a construir cadeias produtivas e também gerar lucros, com pessoas e ambientes incluídos. Diante do impacto econômico e social da Covid19, que agregou "novos pobres urbanos", a prosperidade compartilhada precisa ser perseguida.

A Empresa Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), adotando os ODS em 2019, lançou aplicativo [bit.do/cfemmunicipio] mostrando a arrecadação de CFEM (contrapartida financeira paga pelas empresas mineradoras à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios pela utilização econômica dos recursos minerais em seus respectivos territórios), revelando como os municípios minerários da Bahia podem investir para avançar na adoção da agenda ODS/ESG. Liderando a arrecadação em 20 tipos de minérios e metais preciosos, como quartzo, magnesita e diamante, a Bahia é o único estado a produzir vanádio (Maracás) e urânio (Caetité).

Alterando entre terceiro e quarto maior estado em produção mineral no Brasil, a Bahia (com PIB de US$ 60 bilhões em 2020, Seplan) deve receber US$ 13 bilhões, 35% do total dos investimentos da mineração brasileira de US$ 38 bilhões, entre 2021 e 2025, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Destacando-se pela variedade, com 535 produtoras, situadas em 221 municípios e produzindo, em média, mais 52 diferentes minérios por ano, gera mais de 14.800 empregos diretos e indiretos (IBGE). Com cerca de 75% das compras de produtos e de contratações de serviços feitos localmente; especialmente na região do semiárido, a indústria minerária ajuda a aquecer as economias municipais locais.

Alinhado na agenda ODS/ESG, o Sindimiba [mineracaonabahia.com.br], formado pelas principais mineradoras da Bahia - acompanhadas pelas agências internacionais de risco que avaliam online suas performances - mergulha na história para mostrar o crescimento da mineração e como a Segunda Guerra Mundial acionou os territórios na produção de matérias primas para a indústria bélica. Evidenciando também projetos realizados em comunidades das regiões onde atuam, mostram a tendência crescente de envolvimentos com os municípios investindo cada vez mais no ‘S’, do ESG.

Na visão desta nova e inteligente cadeia produtiva, quanto mais os municípios estiverem alinhados com os ODS/ESG, mais fácil será para firmar convênios para investimentos locais com as mineradoras que, por sua vez, são obrigadas, por compliance internacional, a trabalhar no escopo. 

Neste sentido, a CBPM - estimulando a sustentabilidade do setor - mantem um canal digital no Correio [bit.do/CBPM-ODSESG], em parceria com o WWI, publicando semanalmente, com fatos e dados, inovações, tecnologias e a crescente corrida de governanças novas da mineração na Bahia, no Brasil e no mundo. “ESG é o caminho” diz Larry Fink, presidente da BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, com US$ 9 trilhões sob seu comando.

Eduardo Athayde é diretor do WWI