Oficinas e painéis do Agenda Bahia discutem a sustentabilidade com foco no cidadão e em novos negócios

Cinco atividades simultâneas, entre abertas ao público e para convidados, acontecem na programação vespertina

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 16:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Gabriela Cruz/CORREIO)

O Seminário Cidades, segundo evento do Fórum Agenda Bahia 2017, iniciou seu ciclo de atividades práticas na tarde desta quarta-feira (30). Enquanto no auditório da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), no Stiep, o público assiste a painéis sobre sustentabilidade; no 1º andar do prédio, acontecem as oficinas para empresários, empreendedores e gestores públicos, estimulando a troca de experiências.

A primeira oficina discutiu como os negócios podem transformar positivamente as cidades. Ministrada por Tomás de Lara, co-lider do sistema B Brasil (Empresas B) e tecelão de redes de organizações de impacto positivo. Junto com a experiência de projetos desenvolvidos em Nova Iorque, América Latina e no Rio de Janeiro, Tomás apresentou ações do projeto Cidades B+ e caminhos possíveis para que Salvador também possa engajar diversos setores e poderes em uma cidade mais criativa, colaborativa inovadora e sustentável.                        

"O que fizemos aqui hoje foi plantar a semente da força da transformação positiva, em um projeto de colaboração multisetorial e em comum, em uma rede capaz de promover estas melhorias", destacou Lara.                        

A oficina também inspirou a prefeitura de Simões Filho. Segundo o superintendente de Modernização Administrativa, Eduardo Souza, o tema será levado aos empresários da cidade. "Estamos organizando um fórum de Oportunidades, que acontece em novembro, e já cogitamos a possibilidade de tratar o tema. Hoje foi um momento de sensibilização".

Já o painel Cidades inovadoras e ecossistemas geradores de novos negócios está sendo apresentado por Paulo Bicalho, consultor de Inteligência Estratégica e Desenvolvimento Industrial; Paulo Takito, sócio-diretor da Urban Systems, Flávio Marinho, gerente de Tecnologia e Informação do Senai Cimatec e Renelson Sampaio, pesquisador do Senai Cimatec. "Ações isoladas já não bastam mais (para atrair investimentos de grandes empresas) a gente atrai essas empresas tendo uma cidade estruturada que ofereça qualidade de vida. Esse é o caminho de uma cidade inteligente e criativa" Paulo Takito,  sócio-diretor da Urban SystemsVizinhança Marcelo Rabelo contou a experiência de como o financiamento coletivo entre vizinhos tem ajudado a recuperar espaços em São Paulo. Já Amici compartilhou sua experiência arborizando calçadas no Itaigara, em Salvador.

Lila Lopes comanda o Café com Letras, que estimula leituras entre comunidades carentes, como no Candeal e Alagados. Lívia Suarez, por sua vez, é uma das criadoras do coletivo La Frida, que ensina meninas e mulheres negras a pedalar e une empreendedorismo e arte de rua. "Sempre depois de aprender, a gente faz pedaladas para mostrar o resultado. É interessante porque a galera acha que a gente está fazendo alguma intervenção, porque ninguém vê assim esse movimento, os negros.. Ainda mais no espaço da mobilidade, ainda muito branco. Aí todo mundo acha que é internveção. Não, a gente só está pedalando de bobeiro (...) Se hoje a gente se perguntar qual a visibilidade da mulher negra no quesito da mobilidade é nenhuma né? (..) Gosto muito de falar de empoderamento. Aflorar o nosso poder. ninguém dá poder, a gente aflora, o poder é perceber essas estruturas viciadas, no caso a mobilidade, que ainda é um espaço branco, ainda viciado...", diz Lívia. Lívia apresentou projeto "Preta, vem de bike" (Foto: Gabriela Cruz/CORREIO) Resíduos sólidos Cerca de 25 convidados entre representantes da cadeia de resíduos sólidos da Bahia participam da oficina Mapa do Lixo Zero: Conexões Inovadoras para engajar o cidadão na coleta seletiva, com as facilitadoras Iracema Marques, da SER,  e Lucenir Gomes, da Avina. "É um grande desperdício de matéria prima mandar todo o lixo para o aterro", diz Iracema, fomentando a discussão.

"Precisamos lembrar que o lixo está estreitamente ligado à questão de saúde pública. Precisamos entender que quanto mais descarte incorreto, mais gastos públicos com saúde porque várias epidemias são provocadas por esse problema", completa Lucenir Gomes. Fabiano Mehmeri, executivo do Grupo JCPM, contextualiza a questão com a importância da participação da iniciativa privada.  "Hoje em dia, o problema do lixo não é só problema dos órgãos públicos. Quem não faz coleta seletiva hoje está fora de moda". Em 2017, na oitava edição do evento, as novidades começaram com a maratona de programação Hackathon+Salvador, que criou um banco de sugestões para o Centro Histórico.                    

O Fórum Agenda Bahia 2017 é uma realização do CORREIO, com apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador (PMS), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) e Rede Bahia; patrocínio da Braskem, Coelba e Odebrecht; e apoio da Revita.