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Óleo & Gás na transição energética

  • Foto do(a) author(a) Eduardo Athayde
  • Eduardo Athayde

Publicado em 29 de agosto de 2022 às 17:46

. Crédito: .

(Foto: Divulgação) Os imensos fluxos de caixa estão impulsionando o setor de petróleo e gás em investimentos na transição energética e na descarbonização. Em 2021, as empresas do setor geraram um recorde de US$ 300 bilhões em fluxo de caixa livre, em comparação com apenas US$ 17 bilhões em 2020, disse o Banco de Montreal (BMO), banco privado mais antigo do Canadá, criado em 1817. Os fluxos de caixa devem aumentar ainda mais à medida que os preços das commodities energéticas sobem. 

Em 2022, a escala do compromisso com a transição energética é mais forte do que nunca, com 25% das 2.000 maiores empresas do mundo comprometidas com metas emissões líquidas zero, quando as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), causadas pelo homem, alcançarem equilíbrio com a remoção desses gases da atmosfera, processo conhecido como remoção de carbono.

O retorno sobre o capital empregado do setor de petróleo e gás pode atingir no próximo ano o nível mais alto desde a crise financeira de 2008, chegando a 25% até 2023.  Segundo relatório da Deloitte, as empresas de exploração e produção de petróleo e gás em todo o mundo podem gerar fluxos de caixa combinados de um recorde de US$ 1,4 trilhão em 2022, graças aos altos preços no reajuste nos mercados de energia.

As empresas agora enfrentam pressões legislativas, de mercado e geoeconômicas, para demonstrar caminhos de emissões líquidas zero. Até 2025, um compromisso líquido zero será um padrão de governança para empresas com uma base internacional de clientes. O conflito da guerra da Ucrânia levantou a questão da dependência energética abrindo portas para novos mercados. Durante o Expert XP 2022, Bernardo Bezerra, diretor da Omega Energia que, em 2021, vendeu R$ 22 milhões em créditos de carbono, disse: “Temos a oportunidade de exportar algumas novas tecnologias. Uma delas é o hidrogênio verde, que teria a capacidade de ajudar a Europa nessa dependência geopolítica”.

“A questão de como financiamos uma transição energética justa é o mais importante para estratégias dos executivos sobre como aliar suas responsabilidades de governança socioeconômica e ambiental (ESG) com soluções inovadoras”, disse Julian Small, líder da Deloitte, no Relatório de Tendências 2022 - Transição de Energia. 89% dos executivos entrevistados afirmaram que as empresas de energia são vistas como de alto impacto na transição energética e 81% deram ênfase ao setor financeiro para conduzir o processo.

A tendência ascendente (upstream) global deve gerar cerca de US$ 1,5 trilhão em caixa excedente até 2030, com expectativas de 70% desse montante ser gerado até 2024. Esse caixa adicional pode ser suficiente para financiar e equilibrar as prioridades de baixo carbono nesta década, afirma a Deloitte. A indústria fortalecida com fluxos de caixa maciços, pode aumentar as despesas de capital de baixo carbono para 30% do capex total até 2030, acima dos 5% atuais. 

“Aqueles que investem em novos modelos de negócios e permanecem resilientes às mudanças na dinâmica do mercado terão maior probabilidade de sustentar, liderar e vencer ao longo dessa transição energética”, disse Amy Chronis, vice-presidente da Deloitte, líder de petróleo, gás e produtos químicos dos EUA. 

No Brasil, durante o painel “Transição energética: Crédito de carbono e demais inovações”, do Expert XP 2022, o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, anotou: “É um certo consenso que o Brasil pode se tornar uma potência verde. Mas é preciso fazer essa transição sem demonizar atores”, ressaltou, destacando a importância de alcançar um mercado de capitais robusto, para o país alcançar um protagonismo global.

Eduardo Athayde é diretor do WWI no Brasil. [email protected]