Olodum: bloco foi para a rua pela primeira vez numa sexta-feira

Em 2020, Olodum completa 40 anos

Publicado em 23 de fevereiro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Carnaval do Olodum de 1980, a estreia numa sexta-feira (Foto: Arquivo CORREIO/Divulgação) Era fevereiro de 1980, uma sexta-feira. Naquele dia, há 40 anos, o Olodum colocava o bloco na rua pela primeira vez. O nome do bloco estava estampado nas roupas dos foliões, que também usavam colares de contas e turbantes brancos na cabeça. Em cima do carro tinha até performances. O tema daquele ano, ‘Olodum na Sexta-feira’, era apenas o primeiro de uma história do bloco/banda que mistura criatividade, protesto, resistência, alegria, negritude, tudo na força dos seus tambores.

Não são raros os relatos sobre o impacto que o Olodum causava ao passar na Avenida. Mas, foi só em 1988 que o bloco e sua percussão ganharam as páginas do CORREIO - era o Carnaval do ‘Protesto Olodum’, sucesso que continua ecoando nos trios elétricos. Aliás, se manifeste quem não sente aquele arrepio logo nos primeiros versos da música.

Naquele ano, o Olodum surgiu no encontro de trios na Praça Castro Alves no último dia de Carnaval: já estavam por lá os trios Dodô e Osmar, Tiete, Novos Bárbaros, Tocantins, Papa Léguas e Panela Vazia. O Olodum apareceu e foi, para o público que curtia debaixo do sol, uma surpresa daquelas."Quem assistiu ao espetáculo de ontem, pela manhã, na Praça Castro Alves, sentiu quanto o Carnaval da Bahia é surpreendente. O encontro dos trios que já se tornou tradição no encerramento da nossa festa maior teve uma surpresa: a presença do bloco Olodum com toda a sua negritude, cantando o seu protesto e voltando para o Pelourinho cheio de força, como se estivesse começando a folia", dizia reportagem do CORREIO naquele ano.Um dos maiores sucessos da banda até hoje, ‘Faraó, Divindade do Egito’, foi o hit de 1987. Os anos 1980, aliás, foram fundamentais para a história do Olodum. Em 2020, quando completa seu 40º aniversário, o bloco homenageia as mulheres e tem uma maestrina, Andreia Reis, sob regência da percussão. Nesta sexta-feira (21), em seu desfile no Circuito Dodô (Barra-Ondina), Margareth Menezes, que imortalizou em sua voz alguns dos grandes sucessos da banda - como a própria Faraó - homenageou os 40 anos do bloco, no repertório e no figurino.