Operação Dublê: Justiça recebe denúncia contra delegada e mais três pessoas

Decisão acata pedido do MP-BA. Líder do grupo responsável por furtos, roubos e clonagem de veículos mantinha relação próxima com Maria Selma

Publicado em 5 de agosto de 2021 às 19:07

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Arquivo/Correio

A Justiça recebeu na última terça-feira (3) a denúncia contra a delegada da Polícia Civil Maria Selma Pereira Lima, e mais três pessoas, Pedro Ivan Matos Damasceno, Carlos Antônio Franco Assis e Claudio Marco Veloso Silva, denunciados pelo Ministério Público estadual na Operação Dublê.  Maria Selma está de suas funções cautelarmente pelo prazo de um ano (foto: Marina Silva/Arquivo Correio A delegada foi denunciada pela prática dos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa e fraude processual.

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Veja mais: Delegada da Bahia tem casa revistada em São Paulo e parceiro é preso em Salvador Enquanto Pedro Ivan Matos foi denunciado pela prática dos crimes de furto qualificado, falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, corrupção ativa, denunciação caluniosa e posse ilegal de arma de fogo. Carlos Antônio Franco foi denunciado pelos crimes de furto qualificado e denunciação caluniosa; e, por fim, Claudio Marco Veloso foi denunciado pelo crime de usurpação de função pública. A Operação Dublê foi deflagrada no dia 7 de julho e investigou a existência de grupo criminoso especializado na prática de delitos de furtos, roubos e clonagem de veículos, cujo líder mantinha relação próxima e duradoura com a delegada.  De acordo com a denúncia, a delegada utilizava das prerrogativas do cargo e da "influência que gozava na Polícia Civil" para garantir a impunidade do grupo criminoso e facilitar a execução e proveito dos crimes.    Os promotores de Justiça apontaram que o líder do grupo já tinha histórico criminal na prática de furtos, roubos, receptação e clonagem de veículos automotores e, ainda assim, conservava um forte relacionamento com a delegada.  Ainda segundo a denúncia, a delegada chegou a falsificar documentos de terceiros, para possibilitar a devolução ilegal de um carro clonado apreendido pela polícia com membros da quadrilha, além de ter introduzido uma pessoa ligada ao grupo criminoso no ambiente da Polícia, acompanhando-a, como se fosse policial, portando armas e auxiliando-a nas ações de favorecimento ao grupo criminoso.Ex-diretora do Departamento de Crimes contra o Patrimônio (DCCP) da Polícia Civil da Bahia, a delegada Maria Selma Pereira Lima teve mandados de busca e apreensão cumpridos em sua atual residência, um apartamento na cidade de São Paulo, no dia 7 de julho, quando a operação foi deflagrada. Na mesma ação, um homem apontado como 'bastante próximo' dela, identificado com Pedro Ivan, foi preso em Salvador.  Maria Selma está afastada cautelarmente de suas funções - inicialmente pelo prazo de um ano. Ela também responde a um processo administrativo, que está em tramitação na Corregedoria da Polícia Civil.