Operação Faroeste: acusado de pedir propina em nome de juiz é preso em Barreiras

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele

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  • Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2021 às 14:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Em sua oitava fase, a Operação Faroeste realizou, na manhã desta quinta-feira (17), a prisão temporária de um homem em Barreiras. A operação busca desarticular um possível esquema criminoso voltado à venda de decisões judiciais por juízes e desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA). O homem preso foi flagrado cobrando propina a um escritório de advocacia para custear as despesas de um magistrado preso na 2ª fase da operação.

Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao referido operador. Tais medidas cautelares são decorrentes de representação da Procuradoria Geral da República (PGR) e foram determinadas pelo relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Og Fernandes.

As evidências reunidas pela Polícia Federal sinalizam que o valor solicitado alcançaria R$ 2,2 milhões.

A prisão é temporária, mas pode ser prorrogada após os cinco dias iniciais, se ficar comprovada a necessidade de extensão. Na representação em que pede as medidas, a PGR enfatizou a participação do referido operador no microssistema criminoso, que incluiu a anulação e restabelecimento de decisões administrativas e de liminares, além da adulteração de documentos e movimentações bancárias por envolvidos no esquema.

A intenção, com as as medidas cautelares, é recolher elementos que permitam a continuidade da investigação acerca dos possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Operação Faroeste Deflagrada em 2019, a Operação Faroeste iniciou sua atuação com o propósito de apurar a existência de uma organização criminosa formada por magistrados e servidores do TJ/BA, além de advogados, empresários e intermediários.  A atuação do grupo inclui a sistemática comercialização de sentenças judiciais, com o propósito de favorecer a grilagem de terras na região oeste do estado. Ao longo dos últimos meses, no entanto, novas frentes do esquema foram descobertas e seguem em investigação.

Parte dos envolvidos já foi denunciada e responde a ação penal do STJ. Desde o início da Operação, cerca de 12 pessoas foram presas provisoriamente por ordem judicial.