Operação localiza 31 membros de facções rivais que agem na Bahia

Grupos disputam comando do tráfico na região de Senhor do Bonfim

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  • Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 09:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alberto Maraux/Divulgação/SSP

Uma operação da Polícia Civil, batizada de Gunsmith (armeiro), localizou 31 membros de facções criminosas rivais na Bahia, nesta terça-feira (27). Ao todo, foram expedidos 76 mandados de prisão, busca e apreensão, cumpridos nas cidades de Feira de Santana, Juazeiro, Senhor do Bonfim, Lauro de Freitas e Barreiras. As duas facções disputavam a venda de drogas na região Norte da Bahia, com maior ação em Senhor do Bonfim. Drogas, celulares, munições de calibre 380 e anotações foram apreendidos na operação, inclusive nos presídios de Lauro de Freitas, Juazeiro e Feira de Santana. 

O Departamento de Polícia do Interior (Depin), através da 19ª Coorpin (Senhor do Bonfim), é responsável pela operação, desencadeada após um ano de investigação. Foram mapeados autores das mortes ligadas ao tráfico e também os mandantes dos crimes.  "Com ações de inteligência, confirmamos que três detentos, utilizando celulares, determinavam as mortes, comércio de drogas, tortura de rivais, entre outros ilícitos", diz o titular da 19ª Coorpin, delegado Felipe Neri.

Treze pessoas continuam foragidas, inclusive o chefe de uma das facções, conhecido como Whilanss, o Coroa. Ele já foi condenado a 12 anos de prisão, mas cumpriu somente cerca de metade da pena na prisão. Ele está hoje em liberdade condicional, após ter conseguido a progressão da pena, que acaba em 2025. 

Os chefes do crime comandavam tudo de dentro das unidades prisionais por meio de aparelhos celulares, a exemplo das ações do que o delegado chama de Tribunal do Crime. Os meliantes promoviam tortura e matavam pessoas que contrariassem alguma das facções. As cenas eram transmitidas ao vivo, por ligações, para que os mandantes acompanhassem a pena sendo executada de dentro da cela. 

Às mulheres esposas dos chefes das facções cabia promover a distribuição da droga, assim como a contabilização. Os meninos menores de idade faziam parte da equipe de homicídio. O nome da operação foi batizada de Gunsmith por conta da presença de armas artesanais nos crimes. 

As drogas comercializadas pelas facções são cocaína, crack e maconha, que foram encontradas nos presídios e com membros da quadrilha presos hoje. A maconha, segundo o delegado, vem principalmente de Pernambuco. Já a cocaína e o crack vêm São Paulo e Salvador. Ainda não há estimativa do lucro que as organizações criminosas tiveram com o tráfico desses ilícitos. 

Os mandados de prisão e busca e apreensão foram cumpridos por 150 policiais em residências e no sistema prisional das cinco cidades baianas citadas na matéria. Em um imóvel em Senhor do Bonfim, a cadela farejadora Jade, da Coordenação de Operações Especiais (COE), detectou cocaína na parte superior de um armário. Em outra casa, um traficante tentou se esconder atrás de um armário, mas também foi percebido.

Além da 19ª Coorpin, da SI da SSP e da COE, atuaram na Gunsmith a Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (Cati) do Depin, as 1ª, 25ª, 14ª, 15ª, 16ª e 17ª Coorpins, além da Seap, com equipes da Coordenação de Inteligência (GSI).  (Foto: Alberto Maraux/Divulgação/SSP) *Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro