Operação retira banhistas da água e da faixa de areia em Amaralina

Acesso ao local está proibido às segundas-feiras; prefeitura divulgará novas restrições nessa terça (29)

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  • Wendel de Novais

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 22:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Nara Gentil/CORREIO)

Mais uma vez a Guarda Municipal de Salvador, em parceria com a Polícia Militar, precisou executar a operação “Tira o pé da areia”, para fazer cumprir as restrições de circulação em praias soteropolitanas durante a pandemia do novo coronavírus. O foco desta segunda-feira (28) foi a Praia de Amaralina, local que, mesmo liberado para banho de terça a sexta-feira, tem atraído muita gente durante o fim de semana e também às segundas. Por lá, a orla é tomada por cidadãos sem máscaras e que se revoltam com o fato de a praia não estar liberada de domingo a domingo. 

Irritados com a retirada da praia, os banhistas não quiseram se identificar quando a reportagem do CORREIO questionou o porquê de optar por uma praia restrita na segunda-feira, mas reclamaram da situação.  Calçadão de Amaralina antes da chegada dos guardas (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Enquanto deixava o local por ordem dos agentes, um rapaz disse que é o único ponto possível para aproveitar a praia e que, nos dias em que ela está liberada, não tem condições de ir. "É a praia que fica perto de casa. Um lugar que quem é do Nordeste consegue vir sem precisar pegar condução e gastar um bom dinheiro por isso. Pra quem tem família grande, precisar pegar ônibus é algo que não tem condições porque não tem como a gente pagar. Nos outros dias que liberaram aqui, eu não posso vir”, afirma.

A necessidade de aproveitar o ambiente praiano também foi uma justificativa de uma mulher, que afirmou que a praia é o único lugar acessível para ela. "A gente já está mais de seis meses em casa sem poder se divertir por conta dessa pandemia. A praia é o lugar que quem é pobre pode aproveitar um pouquinho, descansar e até isso estão tirando da gente”, reclamou. Banhistas saem da praia após chegada da Guarda (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Situação crítica Otonielson Reis, supervisor de operações da Guarda, explicou o motivo de a praia ter sido alvo da operação e informou que outras praias estão sendo monitoradas e podem ser alvo da fiscalização também. “Amaralina é foco dessa operação pela alta quantidade de pessoas que ignoram as restrições da praia e as recomendações da segurança sanitária. Nos últimos dias, observamos o fluxo por aqui e entendemos que uma atitude era necessária para cumprir as determinações que as pessoas de Salvador insistem em desobedecer. E não é só aqui: em Itapuã e nas praias da Cidade Baixa também tem bastante gente frequentando e estamos atentos a isso. Porém, neste momento, a gente está fazendo a operação aqui porque a situação é mais crítica”, diz. Amaralina foi alvo de operação por ser a praia com mais registros de desrespeito às restrições (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Sobre o comportamento das pessoas nas praias nos dias com e sem restrição, Maurício Lima, diretor de segurança urbana e prevenção à violência, afirma que tem sido complicado fazer as pessoas cumprirem algumas determinações de segurança como o uso de máscara. “A gente tem fiscalizado as praias de maneira mais intensa desde a abertura e temos percebido que muitas pessoas ainda estão sem máscara e há uma insistência da população em não respeitar essa e outras partes do protocolo como a prática do distanciamento social quando estão nesse ambiente”, informou.

Praias voltarão a ser fechadas Toda essa dificuldade em fazer com o que os soteropolitanos cumpram as determinações de segurança sanitária e respeitem os dias em que não poderiam ir até estes locais fez o prefeito ACM Neto anunciar que vai voltar a interditar algumas praias da capital baiana. “Não dá pra ter guarda municipal em 64 quilômetros de praia, todos os dias da semana, de manhã, de tarde, de noite, de madrugada. Eu sempre disse que, infelizmente, o erro e a irresponsabilidade de alguns acaba trazendo a penalidade para todos, para o coletivo. Como a gente também não vai ficar ameaçando banhista, não vou permitir que isso aconteça. A gente conversa, pede para que as pessoas se retirem, mas cada um precisa exercer a sua consciência”, declarou nesta segunda-feira (28).  Desrespeito às restrições fará com que praias sejam fechadas novamente (Foto: Nara Gentil/CORREIO) As praias que continuarem abertas serão alvo de fiscalização, que, segundo Otonielson, só deixará de existir quando o litoral soteropolitano não estiver sob nenhuma restrição. “Enquanto houver decreto com restrições, nós continuaremos com essas ações para fazer com o que o retorno às praias seja seguro.”

*Sob orientação da subeditora Fernanda Varela