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Gil Santos
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 15:29
Apesar de o Governo Federal ter recuado do bloqueio de 5% no orçamento das universidades, na semana passada, o corte de parte das contas, realizado em junho, ainda preocupa professores e estudantes. No caso da Universidade Federal da Bahia (Ufba) a perda representou R$ 12,8 milhões a menos no orçamento, que encolheu R$ 19,8 milhões desde 2016, dinheiro que seria usado para pagar trabalhadores terceirizados, despesas com manutenção, segurança, e contas de água e de luz.>
Nesta quinta-feira (13), houve uma mobilização nacional nas universidades para discutir os impactos do corte de junho nas contas das instituições. Em Salvador, o encontro aconteceu no salão nobre da reitoria, no bairro do Canela, e contou com a participação de professores e de estudantes.>
A aula intitulada ‘Estrangulamento orçamentário: a luta das universidades e os desafios do país’ destacou que os repasses feitos pelo Governo Federal para a Ufba encolheram de R$ 167 milhões, em 2016, para R$ 147,2 milhões, em 2022, sem considerar os R$ 12,8 milhões que foram bloqueados e depois cortados no meio do ano. O reitor, Paulo Miguez, afirmou que o objetivo da mobilização é sensibilizar o governo a recompor o orçamento.>
“Todo o conjunto de serviços continuados que a universidade contrata, como portaria, limpeza, recepção, segurança, água, luz e internet, todos estão comprometidos. É importante dizer que a universidade não vai parar, não é o estrangulamento orçamentário que vai fazer com que essa casa feche as portas, mas vamos funcionar em regime de imensa dificuldade por conta desses cortes”, explicou.>
Durante o evento, o pró-reitor de Planejamento e Orçamento, Eduardo Mota, e o professor da Faculdade de Economia Luiz Filgueiras apresentaram os detalhes do orçamento da universidade e a relação dos cortes e bloqueios com a economia. Caso fosse corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o acumulado dos últimos seis anos seria 36,2% e o repasse para a Ufba deveria ter sido de R$ 227,5 milhões.>
“A situação é insustentável e inexplicável, uma vez que os anúncios públicos de que a arrecadação melhorou e de que a economia vai bem nesse período tem sido comum na imprensa, e nos espanta diante de tão boa situação da economia a gente está experimentando essa situação de penúria absoluta em relação aos nossos orçamentos”, afirmou o reitor.>
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) fará uma nova reunião no final de outubro para discutir a situação das universidades e dos institutos federais.>