Órfãos aproveitam Dia dos Pais para reverenciar memória paterna

Em cemitérios da capital, filhos ressaltam valores e exemplos deixados pelos pais

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 12 de agosto de 2018 às 18:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Mais que um dia para presentear e reforçar o contato físico, o segundo domingo de agosto também foi o momento usado por muitos para reverenciar o legado, a memória e as lições paternas presentes e passadas. Assim foi para o motorista Gilmar Mendes, 53 anos, que, na manhã deste domingo (12), foi com a família ao Cemitério Jardim da Saudade levar orações, incenso e flores ao túmulo do pai Boanerges da Costa Mendes, que faleceu em maio de 1996.

Apesar da ausência de 22 anos, ele fez questão de prestar a homenagem no Dia dos Pais. “Ele foi um paizão, cuidadoso com a família, com os amigos, com todos. Deixou um exemplo maravilhoso a ser seguido e passado para os netos”, completou, sem esconder a emoção. 

Para ele, mais que a saudade, a data marca um momento de gratidão, de reconhecer a dádiva de ter tido alguém tão carinhoso como pai. “Nesse encontro, aproveito para reforçar minhas orações, para mostrar que a missão dele como pai foi bem feita e que os ensinamentos dele continuam guiando nossos passos”, completou. O motorista Gilmar Mendes, 53 anos, foi com a família ao cemitério Jardim da Saudade (Foto: Almiro Lopes) O arquiteto Jorge Wellington Leal, 52, também aproveitou o dia para levar o filho ao túmulo do avô. “Meu pai era um gênio disfarçado de homem comum. Artista plástico de formação, era muito criativo, um inventor de mão cheia que, inclusive, patenteou algumas das suas criações”, disse Jorge, orgulhoso. Para ele, os valores deixados pelo pai são as melhores heranças e o que merece ser deixado para a próxima geração. “Era um homem sensacional, amado e capaz de amar”, afirmou. O arquiteto Jorge Wellington Leal, 52, levou o filho ao túmulo do avô (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) O pai do corretor de seguros Antônio Bonfim, 41, foi quem criou a tradição e a seguiu por muitos anos. Em todo Dia das Mães, visitava a sua, enterrada em um cemitério de Cachoeira, no recôncavo baiano. Mas, desde que o pai faleceu - vítima de um câncer no sangue, em 2000, aos 53 anos -, ele e os irmãos costumam visitar o cemitério Campo Santo, na Federação, onde foi sepultado, para homenageá-lo, sempre no Dia dos Pais. 

"Nós percebemos que isso era muito importante para ele, por isso, a gente vem. Este ano, vim sozinho, porque meu irmão é policial militar e está trabalhando e a outra irmã está meio adoentada. Mesmo assim, virou uma coisa nossa. A gente aprendeu com ele a valorizar a família", diz Antônio, pai de um menino de dois anos. Depois de deixar flores amarelas - a cor preferida do pai - e assistir à missa celebrada na capela do Campo Santo, ele seguiria para encontrar o pequeno. Os dois almoçariam juntos, com o restante da família, na casa da sogra. 

*Colaboração de Thais Borges.