Os coadjuvantes deram o tom da primeira rodada da Copa do Mundo

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  • Clara Albuquerque

Publicado em 19 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Quando os gatos saem, os ratos fazem a festa na Copa do Mundo. A primeira rodada do Mundial da Rússia tem causado alvoroço nas previsões e nos bolões pelos quatro cantos do planeta. Do México à Argentina. Da Islândia ao Brasil. Com resultados improváveis, como a derrota da Alemanha para o México, os empates de Argentina e Brasil e até as atuações consideradas ruins de França e até de Espanha, as favoritas saíram de cena para dar holofotes a coadjuvantes. 

Na estreia de Messi, era impossível não criar a expectativa do protagonismo do argentino no jogo. Mas com uma Argentina desorganizada, sem variações ofensivas ou jogadores que pudessem “ajudar” o camisa 10 argentino, foi a Islândia que tomou conta do palco. A seleção, que já tinha colocado as asinhas de fora na última Eurocopa, segue fazendo história após se classificar para sua primeira Copa do Mundo. O primeiro gol, o primeiro empate, o primeiro pênalti defendido (e de Messi!). É pra fazer a festa! Inclusive, praticamente a Islândia inteira (a população tem cerca de 334 mil habitantes) assistiu ao empate por 1x1. Segundo dados divulgados pela seleção nórdica, 99,6% das pessoas que ligaram a TV ficaram de olho na partida. Já é uma das histórias mais legais deste Mundial.

No empate do Brasil, apesar da decepção pelo resultado, foi um jogador coadjuvante que ganhou destaque. Enquanto todos esperavam que Neymar brilhasse, foi Philippe Coutinho que fugiu da ratoeira para ser o melhor em campo. O camisa 10 brasileiro decepcionou, ainda que tenha sido o jogador mais caçado em campo (sofreu 10 faltas, mais do que qualquer outro jogador desde a Copa de 1998). Mas Coutinho tem tudo pra manter seu brilho próprio nessa Copa do Mundo, mesmo ao lado de grandes atuações de Neymar. Como uma espécie de Rivaldo, dupla de Ronaldo no pentacampeonato, ou de Bebeto, ao lado de Romário em 1994. Coutinho não gosta de dar entrevistas, não é do tipo que domina os holofotes com um novo cabelo e parece fugir de campanhas publicitárias que o exponham demais. Tem um perfil completamente diferente do seu companheiro de seleção, mas que pode ser tão fundamental quanto.

Voltando as atenções para os resultados surpreendentes desta primeira rodada, todos sabemos que a Copa do Mundo é uma competição curta, mas ela dura mais que um jogo. Brasil, Alemanha, Espanha, França e até Argentina não vão ganhar (muito menos perder) a taça no jogo de estreia. O fato de não terem goleado e passeado em campo ainda não diz muita coisa. A ansiedade pela confirmação de um campeão já na primeira rodada é uma armadilha, portanto, é verdade que os gatos saíram de cena, mas não necessariamente subiram no telhado.

Às claras É preciso registrar: entre as grandes expectativas neste primeiro momento, Cristiano Ronaldo foi o único que entregou exatamente o que se espera de um craque. O português protagonizou uma das maiores exibições individuais na história dos Mundiais. Autor dos três gols no empate contra a Espanha em sua primeira partida na Rússia, CR7 já igualou a quantidade de gols dos seus outros três mundiais e tem agora seis gols na história da Copa.

*Clara Albuquerque é jornalista, correspondente na Europa e escreve às terças-feiras