Os vinhos finos e subversivos da Serra da Mantiqueira

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  • Paula Theotonio

Publicado em 23 de maio de 2019 às 10:12

- Atualizado há um ano

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Entre os estados brasileiros de São Paulo e Minas Gerais, em meio à Serra da Mantiqueira, enólogos estão invertendo as regras de como se faz vinhos em regiões frias da América do Sul.

A “subversão” acontece no campo, onde para fugir das chuvas de verão, inverteu-se o ciclo produtivo: a videira começa a brotar em fevereiro, floresce em março, forma cachos em abril, amadurece entre maio e junho e a colheita é feita em pleno inverno, entre julho e agosto. Enquanto isso, na maior parte das regiões produtoras sul-americanas (exceto Vale do São Francisco e Atacama, no Chile), as plantas hibernam até a primavera para, então, recomeçarem a produzir.

O método, chamado de “dupla poda”, foi criado no início dos anos 2000 pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). A técnica foi emprestada do universo do café – cultivo tradicional na região. Os primeiros vinhos chegaram ao mercado em 2013; e a estreia ficou por conta do Primeira Estrada Syrah, da Vinícola Estrada Real (Três Corações - MG).

“Nosso inverno é seco e com dias muito quentes, graças aos ventos do Atlântico – com temperaturas entre 25 °C e 28°C, que elevam o nível de açúcar e, consequentemente, do álcool na bebida. E as noites são muitos frias. Essa amplitude térmica traz complexidade aromática muito interessante aos vinhos da região”, conta o gerente de produção da Casa Verrone, Marcelo Grespan. A vinícola está localizada entre os municípios de São José do Rio Pardo e Itobi - SP. Cristian Sepúlveda é responsável pela produção na Vinícola Guaspari (foto/divulgação) Clique aqui para ver uma entrevista exclusiva com Marcelo Grespan.

Mas não é só isso que faz a produção vinícola daquela região ser tão interessante. Os parreirais estão distribuídos em áreas entre 800 m e 1300 m acima do mar, em solo granítico e arenoso. Há quem diga que são situações de terroir bem similares à de Côtes du Rhône, na França; e Barossa Valley, na Austrália, onde a uva Syrah brilha. E, como não poderia ser diferente, os rótulos elaborados a partir desta cepa são ícones no novo terroir brasileiro.

Entre eles, estão os rótulos Casa Verrone Syrah Speciale 2017 e o Casa Verrone Syrah Colheita Especial 2018, ambos ganhadores de medalhas de bronze no Decanter World Wine Awards 2019, uma das maiores premiações mundiais do vinho. Em anos anteriores, brilhou o Guaspari Vista do Chá Syrah, que teve safras subsequentes premiadas com medalha de ouro nos concursos Decanter World Wine Awards 2016 e 2017. Chardonnay da Guaspari (foto/Paula Theotonio) Veja agora uma entrevista com o enólogo da Vinícola Guaspari, Cristian Sepulveda

“Nosso intuito é fazer vinhos gourmet, com produção limitada. Hoje temos 50 hectares, de onde saem cerca de 100 mil garrafas ao ano. São vinhos de guarda, finos e que levam o conceito de terroir”, conta o enólogo e engenheiro agronômico Cristian Sepúlveda, responsável pela produção na Guaspari. A vinha está em Espírito Santo do Pinhal, a cerca de 200 km da capital paulista.

Entre os brancos, há bons resultados com a uva Chardonnay e Sauvignon Blanc na Casa Verrone. Mas talvez seja caso de também observar os resultados com a Viognier da Guaspari, uva de vinhos florais que também se deu super bem no Rhône. Vinhos da Serra da Mantiqueira (foto/Paula Theotonio)

Abaixo, lista de excelentes rótulos para você apostar:

· Espumante Carvalho Branco Nature;

· Espumante Villa Mosconi Brut;

· Casa Verrone Gran Speciale Cabernet Sauvignon/Franc;

· Primeira Estrada Syrah;

· Primeira Estrada Chardonnay;

· Guaspari Cabernet Franc/Sauvignon Vista da Serra;

· Guaspari Cabernet Franc, Merlot e Cabernet Sauvignon Vista da Serra;

· Guaspari Chardonnay Vista da Serra.