Pacientes com cirurgias canceladas terão prioridade em remarcação, diz Hupes

Pelo menos 21 cirurgias devem ser realizadas nesta sexta-feira (9)

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  • Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 19:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Evandro Veiga/CORREIO)
. por Foto: Leitor CORREIO

O Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (Hupes), no bairro do Canela, em Salvador, informou que os pacientes que tiveram os procedimentos cirúrgicos cancelados terão prioridade na demanda de remarcação. No final da manhã desta quinta-feira (8), a unidade, conhecida como Hospital das Clínicas, já tinha anunciado que resolveu o problema com o sistema de ar-condicionado - possibilitando, então, a retomada das cirurgias, suspensas há seis dias.

Em nota, o Hupes disse que as cirurgias foram retomadas na quarta-feira (7), e que alguns procedimentos foram, inclusive, realizados à noite. A unidade de saúde também afirmou que as 15 cirurgias programadas para esta quinta foram realizadas e aconteceram nos três turnos. "Além do aumento quantitativo de procedimentos, progressivamente voltamos a realizar cirurgias de alta complexidade".

Para esta sexta-feira (9), outros 21 procedimentos cirúrgicos já estão agendados, ainda de acordo com o Hupes."Procedimentos também serão realizados no sábado, como de costume. Para o agendamento cirúrgico, bem como para os demais procedimentos assistenciais, utilizamos os critérios de prioridades previstos em Lei e os critérios de primazia assistencial definidos pelas equipes médicas", diz a nota.A instituição afirmou que "pacientes que tiveram seus procedimentos suspensos ou cancelados devido a problemas alheios à sua vontade e inerentes à própria instituição passam a ser considerados prioritários para o reagendamento".

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Calor e sufoco A ala cirúrgica ficou quase uma semana sem realizar cirurgias. Com um problema no ar-condicionado da unidade de saúde desde a última quinta-feira (1º), os pacientes que chegaram transferidos de hospitais do interior da Bahia e do próprio ambulatório do complexo foram informados que um problema no sistema de refrigeração do local oferecia risco, em qualquer tipo de intervenção.

O que impedia as cirurgias, segundo a unidade, é que a temperatura estava acima do mínimo exigido. O ideal seriam 20ºC, mas, nos últimos dias, sem refrigeração artificial, o local apresentava números superiores a 24ºC. O Hupes não informou quantos nem de quais especialidades foram os procedimentos realizados após os reparos.Outros problemas Funcionários que pediram para não ser identificados contam que existem outros problemas antigos no prédio que comprometem o funcionamento pleno dos serviços oferecidos e que, muitas vezes, deixam os profissionais de mãos atadas.

Nas imagens enviadas por servidores da unidade, é possível ver salas que servem de depósito. Alguns espaços estão com a estrutura comprometida, e o mofo se espalha. Além disso, dois dos 12 elevadores do Hupes estão parados e outros seis apresentam problemas constantes, segundo relatos de funcionários e pacientes ouvidos pelo CORREIO.

Procurado, o Ministério Público Federal (MPF) informou que não foi oficialmente comunicado acerca das questões estruturais e operacionais da unidade de saúde e, portanto, não tem um parecer sobre o caso.

O órgão acrescentou, ainda, que o último registro envolvendo o Hupes é do ano de 2012. A pasta, no entanto, não soube informar o teor da Ação Civil Pública movida pela pasta há seis anos e que tramita na Justiça.