Padre é acusado de assediar e violentar sexualmente monges em MG

MP-MG determinou que polícia abra inquérito sobre o caso

Publicado em 1 de outubro de 2021 às 13:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O promotor de Justiça da cidade de Monte Sião, em Minas Gerais, vai determinar que a Polícia Civil inicie um inquérito contra o padre Ernani Maia dos Reis, suspeito de assediar e violentar oito monges de um mosteiro da cidade. Os casos denunciados são dos anos de 2011 a 2018.

Segundo o Uol, o promotor Marco Antonio Meiken, do MP-MG, vai solicitar que vítimas e testemunhas sejam localizadas para serem ouvidos. O padre está afastado há três anos do mosteiro Santíssima Trindade. Atualmente, ele trabalha como psicanalista em Franca (SP).

O religioso negou as acusações, mas não quis responder a questões específicas. 

Duas das oito vítimas contaram dos ataques que sofreram a uma investigação conduzida pela própria igreja. Em nota, a Igreja Católica afirma que não se omitiu em relação ao caso e que "nunca negou" qualquer fato atribuído ao padre, quando liderava aquela comunidade. 

"Foram constituídas auditorias, comissões de apuração em várias esferas de acompanhamento, sendo as respectivas comunicações, diretas aos representantes legais superiores (Nunciatura e Santa Sé). Nunca houve qualquer omissão nesse sentido", afirma a igreja. 

Não houve resposta sobre as conclusões da investigação nem em que ponto está o processo que pede a saída de Ernani da Igreja Católica - já encaminhado ao Vaticano.

Abuso de poder De acordo com reportagem do Uol, 19 pessoas, todos homens, dizem que foram vítimas de crimes sexuais por parte do padre. Outros onze afirmam que sofreram assédio moral, com agressões verbais e constrangimentos - dez eram mulheres.

As vítimas ouvidas relataram uma dinâmica de abuso de poder. O padre usaria seu papel de líder religioso para conquistar a confiança de todos. Ele se motrava em uma posição de "pai" conselheiro e oferecia também "sessões de psicanálise" para as vítimas.