Pagamento de luvas é entrave da renovação contratual de Léo Ceará

Centroavante se reuniu com o presidente do Vitória e segue afastado do elenco

  • Foto do(a) author(a) Daniela Leone
  • Daniela Leone

Publicado em 6 de julho de 2020 às 21:23

- Atualizado há um ano

. Crédito: Letícia Martins / ECVitória

Um novo capítulo da negociação entre Léo Ceará e Vitória foi escrito. O jogador e seu empresário se reuniram presencialmente por cerca de duas horas com o presidente do clube, Paulo Carneiro, na noite desta segunda-feira (6), e não chegaram a um acordo. O centroavante revelou ao CORREIO que o entrave da renovação contratual é o pagamento de luvas, bonificação por assinatura do contrato comum no futebol.“Eu não abrirei mão, porque eu acho que não pode ser só bom para o clube, tem que ser bom para todo mundo. Falei para ele que preciso disso para ajudar minha família”, afirmou Léo Ceará. “É um bônus que todo jogador recebe, até pelo meu momento, que venho jogando dois, três anos muito bem, e por ser da base, por ter 10 anos de clube já, eu acho que mereço. Entendo a situação do clube e já baixei o valor que tinha pedido por saber do momento. Eu quero muito ficar, jogar, comemorar o acesso à Série A, mas eu tenho que pensar em mim e na minha família”, acrescentou o atleta de 25 anos.

Procurado pela reportagem, o Vitória ainda não se pronunciou sobre o assunto. Segundo Léo Ceará, o presidente Paulo Carneiro está irredutível com relação ao pagamento das luvas. 

“Ele falou que não tem o que fazer e que eu tenho que aceitar o que ele está falando. É bastante complicado, porque ele está vendo o lado dele, mas não está vendo o meu. Pela forma que ele fala, ele não pensa em nenhum momento na minha situação. Meu salário iria melhorar bastante, mas a questão da luva, que é o impasse da renovação, não está tendo acordo. Nem de falar ‘eu não posso pagar esse valor, vou pagar menos’. Falou que não pode fazer nada, então está complicado”.

Já está acordado aumento salarial imediato, dois anos de contrato e, em caso de acesso à Série A, novo acréscimo no salário. Enquanto está com futuro incerto na Toca do Leão, Léo Ceará treina separado do elenco. Ele foi comunicado do afastamento na última sexta-feira (3) pela manhã. “Eu cheguei no clube, me chamaram e me comunicaram que eu seria afastado e que só voltaria a treinar com o grupo quando tivesse resolvida a minha situação, que só voltaria a treinar se renovasse o contrato”, contou. Na sexta e no sábado, ele treinou sozinho na academia do clube. Já na segunda (6), fez uma atividade no campo oposto ao que os outros jogadores treinavam. 

Novo afastamento Esse é o segundo afastamento de Léo Ceará na temporada como medida para pressionar o atacante a renovar o contrato e impedir que ele saia de graça no final do ano. Em janeiro, o jogador revelado nas categorias de base do Vitória foi rebaixado à equipe de aspirantes. Na ocasião, a decisão foi oficializada pelo Leão através de nota e impediu o atleta de defender o Leão no empate em 1x1 com o Sport, na Arena de Pernambuco, na segunda rodada do Nordestão. Uma semana depois, a diretoria mudou de ideia e o jogador foi reincorporado ao elenco principal. Esse ano, Léo Ceará defendeu o Leão em oito jogos, todos como titular, e marcou três gols.

“Estou com a cabeça muito tranquila, sei o que passei e o momento que venho passando. Sou profissional, tenho contrato com o clube até dezembro, não estou fazendo nada de errado e estou cumprindo meu contrato. Caso a gente não chegue a um acordo, se tiver que me deixar afastado até dezembro eu vou ficar e trabalhar da mesma forma, pois sou profissional e funcionário do clube, tenho que obedecer ordens. Não quero isso, quero ajudar o clube, mas ele é o presidente do clube e ele decide”, afirmou Léo Ceará, que pode assinar um pré-contrato com outro clube desde a última quarta-feira (1º). A lei permite fazer isso a seis meses ou menos do final do vínculo. 

Apesar de incomodado com a atual situação no clube e com o rumo que a negociação tomou, Léo Ceará não descarta a possibilidade de renovar contrato com o Vitória. “Escuto muito meus pais e minha esposa. Falei que iria conversar com eles para ver o que acham. O que eu acho é que eu não abro mão, mas que eu iria passar a situação da reunião para eles, ver o que eles iriam falar e depois ter uma decisão. Eu também não dei uma resposta que não iria renovar. Pode ser que aconteça de eu ceder, mas acho muito difícil. Creio que essa semana tem um desfecho final dessa situação”, sinalizou o centroavante.