Parentes recebem comenda em homenagem a Moa do Katendê

Capoerista foi morto no ano passado, depois de briga no período eleitoral

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  • Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2019 às 16:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

O mestre de capoeira e artista Moa do Katendê foi homenageado neste sábado (23) recebendo postumamente a Comenda Câmara Cascudo, que reconhece personagens importantes para o fomento da cultura no país. Moa foi assassinado em outubro do ano passado, em Salvador, em uma briga depois do primeiro turno eleitoral. 

A comenda foi entregue pela deputada federal Lídice da Mata a familiares de Moa. O evento aconteceu no Colégio Victor Civita, que fica no Dique Pequeno, comunidade onde Moa vivia e perto de onde aconteceu o crime. Filhos e sobrinhos do artista, amigos, colegas de capoeira, músicos e alunos compareceram à homenagem, que era aberta ao público. A entrega da comenda ainda teve música, falas em homenagem a Moa e uma roda de capoeira. (Foto: Divulgação) "Mais uma homenagem bem vinda, (quero) dizer que estamos muito felizes em receber essa comenda, que mostra não só para nós e sim para comunidade, para o mundo, o quão era importante meu pai para a cultura, o quão era importante a história dele, a luta dele, que ele deixou pra gente dar continuidade. Estou aqui em nome da família para agradecer à deputada por essa homenagem linda", afirmou Jacy Costa, filha de Moa.

A Comenda Câmara Cascudo foi criada para agraciar personalidades ou grupos com contribuição relevante para o fortalecimento da cultura e folclore tradicional do Brasil. 

O artista Romualdo Rosário da Costa, 63 anos, conhecido como Mestre Moa do Katendê, foi morto com 12 facadas após uma discussão política em frente ao Dique do Tororó. O crime ocorreu no Bar do João, na localidade do Dique Pequeno, Engenho Velho de Brotas, onde a vítima bebia com um irmão e um primo, pouco depois da meia-noite do dia 8 de outubro.

O inquérito policial concluiu que o motivo do crime foi uma briga por política. O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, 36, foi preso em flagrante pela morte, mas negou o teor partidário da confusão. Além do depoimento do barbeiro, a polícia também ouviu o dono do bar onde aconteceu a morte, próximo ao Dique do Tororó, e testemunhas - todos confirmaram que posições políticas divergentes iniciaram a discussão entre Paulo Sérgio, que se declarou eleitor de Jair Bolsonaro (PSL), e Mestre Moa, eleitor do Partido dos Trabalhadores (PT).