Parques são fontes de vida

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  • Waldeck Ornelas

Publicado em 8 de novembro de 2020 às 16:00

- Atualizado há 10 meses

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Parques são fontes de vida. Um fragmento florestal remanescente, uma lagoa, um rio ou riacho que atravessa a cidade ou uma área descampada, podem dar lugar ao surgimento de interessantes e diferenciados espaços urbanos. Fato é que toda cidade merece ter um parque público. Neste sentido, toda cidade pode ter o seu Central Park. Grande ou pequeno, arborizado ou descampado, seco ou com espelho d’água, tanto faz. As áreas originais serão objeto de projeto a ser elaborado para tornarem-se equipamentos urbanos. Importante é que cada cidade tenha pelo menos um parque público.

No Plano Diretor de uma cidade, a primeira coisa a ser vista são as manchas verdes, as áreas de proteção permanente na margem dos rios e lagoas, os acidentes naturais que não devam ser ocupados, ou qualquer outra característica específica que a cidade tenha. A partir daí tem-se um vasto campo de trabalho para qualificar o ambiente urbano com equipamentos que melhorarão a qualidade de vida  dos moradores, atrairão visitantes e assegurarão espaços livres e abertos.    

 Parques lineares, ao longo dos cursos d’água que atravessam as cidades, constituem uma boa solução para a preservação das áreas de proteção permanente – uma obrigação do Código Florestal – além de permitir a  implantação de ciclovias, pistas para caminhadas, bolsões para exercícios, implantação de quadras de esportes, mas também para a passagem das redes de esgotamento sanitário. Com isto, quando no interior de ocupações precárias, além de área de lazer e esporte, podem cumprir o importante papel de permitir o acesso do saneamento básico e dos veículos de serviços públicos, como o caminhão de limpeza, ambulância, bombeiros e o próprio transporte coletivo complementar. Essas áreas – a experiência internacional tem demonstrado – constitui também condição facilitadora para a paz social, inibindo a violência.

Outra função relevante é a proteção de nascentes, preservando as fontes de produção de água. Há assim um conjunto de fatores positivos que são deflagrados a partir da criação de parques urbanos, com reflexos positivos para as cidades e as pessoas. Nas grandes cidades, parques costumam tornar-se referências urbanas, constituindo-se em importantes marcas da imagem das cidades e convertendo-se em símbolos do lugar, ainda que no conjunto haja déficit de áreas verdes; as pequenas e médias cidades, contudo, têm a chance de crescerem com disponibilidade de áreas verdes compatíveis com os padrões recomendados.

Outro aspecto relevante relacionado com o tema é a arborização urbana, indispensável para o sombreamento nos espaços públicos, amenizando o clima e protegendo as pessoas ao caminharem pelas vias públicas.  Convém ainda que cada prefeitura tenha o seu próprio viveiro de mudas, com espécies de árvores do bioma em que está inserido o município, assim como frutíferas. É importante que a prefeitura estimule e apoie o plantio nos lotes particulares. Assim, ao invés de ter que comprá-las, a prefeitura terá condições de suprir suas próprias necessidades e disponibilizá-las para a comunidade, contribuindo para a melhoria da qualidade do ambiente urbano.

Também a criação de hortas, sobretudo escolares, com utilização da produção na merenda escolar, mas também comunitárias, permitindo o aproveitamento de áreas degradadas ou subutilizadas existentes em todas as cidades, não somente produzem alimentos saudáveis como criam consciência ambiental e estimulam a cidadania.Em qualquer circunstância, os parques e áreas verdes são ambientes saudáveis que se incorporam às cidades e ao uso urbano, trazendo apenas efeitos positivos. O uso intensivo, pela população, sobretudo em face dos valores contemporâneos em busca da vida saudável, constituem um atrativo diferenciado e efetivo para a integração social e a qualificação da vida urbana.

Waldeck Ornélas é especialista em planejamento urbano-regional.