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Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 06:30
- Atualizado há 2 anos
O que para muitos pode parecer loucura, para Carina Moura, 28, e Eduardo Baruch, 31, é uma grande aventura. O casal de baianos resolveu deixar tudo para trás e rodar o país em uma kombi. Letícia, como foi batizada pelos namorados, é carinhosamente chamada de kombi Leti. “Em latim, significa aquela que traz felicidade”, destaca Carina.>
Eles se conheceram virtualmente, quando Eduardo morava na Austrália e Carina em Portugal. Os dois marcaram uma viagem de uma semana para Dubai, no meio do caminho entre os países que estavam, para se conhecerem pessoalmente e desde então, não se desgrudaram mais e passaram a viver na Austrália. >
Como todo casal, eles contam que tinham o sonho de terem uma casa própria, mas não era de um lar comum que falavam. Depois de um ano juntos, voltaram para Salvador, e decidiram aqui, construir um lar sobre rodas, com a intenção de conhecerem tudo que o mundo tem para oferecer. >
“Decidimos vir para o Brasil de vez e um dos motivos foi a pandemia. A adaptação aqui foi um pouco difícil. A gente voltou de novo pra essa vida de trabalhar de segunda a sexta, oito horas por dia. Não estávamos tendo tempo de fazer o que gostávamos, não somos de balada, mas amamos viajar”, explica Carina. Eduardo e Carina transformaram a ex-kombi escolar numa kombi lar, que chamam de 'Leti' (foto: Paula Fróes/CORREIO) Início do sonho>
Depois de perceberem a insatisfação com a rotina, a decisão de escolher a estrada foi rápida. O casal começou a pesquisar novos estilos de vida e a Kombi Home apareceu como a melhor opção. “Ele virou para mim e disse: ‘E aí, vamos nessa?’. Eu respondi: ‘Vamos nessa!’", relembra.>
Na semana seguinte a Kombi já estava comprada. Nascida em 2008 e até então de um único dono, o veículo passou 13 anos como um transporte escolar de doze lugares. Com poucos recursos, o casal decidiu construir por conta própria, toda a estrutura que transformaria a kombi em um lar.>
“A gente foi pesquisando como fazia, e fizemos tudo, para economizar o máximo de dinheiro”. diz Eduardo. Letícia foi comprada em setembro do ano passado e levou cinco meses para ficar pronta. Sua estreia aconteceu este mês, em fevereiro. >
Mas o que cabe em um veículo como esse? Surpreendentemente tudo. A Kombi tem em apenas um cômodo, quatro ambientes diferentes que se transformam de acordo com a hora do dia. Pela manhã, o quarto se transforma em sala, com sofá, televisão e uma vista para uma bancada, que na hora do almoço vira uma cozinha. >
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As refeições são feitas pelo casal em uma mesa removível que pode ser colocada na sala, de frente para o sofá, ou na parte externa. Os banhos são tomados do lado de fora. Para isso, eles montam uma estrutura parecida com uma cabana e aproveitam a água do tanque de 50L, que fica acoplado embaixo do veículo.>
Quando a noite cai novamente, o sofá é transformado em uma cama e o ambiente se torna um quarto. Para refrescar, os dois instalaram um mini ventilador na kombi. Todos os eletrodomésticos e outros aparelhos são alimentados pelos painéis de energia solar colados no teto.>
Primeiro destino a vista>
O primeiro destino será Lençóis. Os três, Carina, Eduardo e a Kombi Leti, partem na próxima semana. A viagem não tem um prazo de validade definido, o casal ficará na estrada até quando o dinheiro der. Para fazer uma graninha extra, eles aproveitarão outras fontes de renda, ela é formada em marketing e ele é programador de sistemas. >
Eles também planejam monetizar os vídeos que fazem para o YouTube. O casal tem um canal na plataforma chamado “Então vamo nessa”, onde eles compartilharam todo o processo de construção da kombi home e seguirão fazendo durante a viagem, tanto no canal como nas redes sociais, através do @entãovamonessa. Para isso, estão deixando para trás os empregos fixos e o apartamento alugado. >
“Depois da primeira parada na Chapada Diamantina, nossa intenção é continuar ao Sul”, planeja Carina. Como guia, eles usarão a intuição. “Todo lugar que a gente for, vamos fazer o que der vontade. Chegando lá, não teremos data para ir, vamos sair de um lugar quando a vontade bater”, compartilha Eduardo. >
*Com supervisão da subeditora de reportagem Fernanda Varela>