Patrocinadores cobram que Globo puna abusos psicológicos no BBB 22

Edição atual foi marcada por casos de preconceito

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  • Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2021 às 10:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

A Globo está preocupada em evitar casos de abuso psicológico e preconceitos no Big Brother Brasil. Durante esta edição, Tiago Leifert falou abertamente sobre o tema com os brothers durante duas oportunidades, após a saída de Lucas Penteado e, nesta terça-feira (7), minutos antes da eliminação de Rodolffo.

"Que oportunidade nós estamos tendo de não deixar que isso aconteça no 'BBB 22'. Tá bom, já. Já deu. Bora pra frente", disse o apresentador.

Essa mudança de postura não é apenas uma linha editorial da emissora, informa o colunista Maurício Stycer, do Uol, mas também um pedido dos patrocinadores.

Num encontro promovido pela agência Wunderman Thompson, representantes de duas marcas que têm investido fortemente no "BBB 21", Avon e Coca-Cola, fizeram um balanço positivo do agitado "BBB 21". Entre as ressalvas, no entanto, estava a expectativa que o reality mude algumas de suas regras para em 2022 punir agressões e abusos psicológicos. 

Danielle Bibas, vice-presidente de marketing da Avon, contou que a desistência de Lucas Penteado motivou uma série de conversas com a Globo.

"Uma das conversas que a gente teve é que faz parte do regulamento do BBB que, se uma pessoa agredir a outra, a direção do programa tem o direito de eventualmente expulsar esse participante. Agressão física. O tema que foi levantado é: até que ponto vai a agressão psicológica, que pode se tornar tão ruim ou pior que uma pessoa dar um tabefe na cara do outro", disse a executiva em entrevista ao colunista.

E acrescentou: "Existe uma discussão aí sobre quais são as regras nessa área - que é o assédio moral, o assédio psicológico, o racismo, a verbalização do racismo. O que pode e o que não pode? É delicado, é difícil, não é fácil. Tem muita gente cobrando a Globo e os patrocinadores sobre o que vai ser feito nesse caso. E eu acho que todos nós estamos aí para aprender e evoluir como o programa vai trazer essas discussões à tona de uma maneira saudável, que não vá gerar nenhum perigo para ninguém."

Poliana Sousa, líder de Coca-Cola na América Latina, manifestou posição semelhante: "A sociedade não tolera mais. E o palco de um programa desses, com alta visibilidade, alta exposição, também é palco para estas discussões. E realmente, todos estamos aprendendo. Acho que a Globo vai aprender e as coisas vão evoluindo com o tempo", disse.

E falou da expectativa de mudanças: "A gente é contra qualquer tipo de discriminação e a gente vai estar junto com a Globo nesses aprendizados e entender como precisa evoluir, que é o ponto da Dani. É importante o debate. E como isso pode gerar um aprendizado e uma reflexão em todos nós, o que é legal e o que não é legal".

Pensando em 2022, Danielle também falou sobre este ponto: "Eu acho que vai ter uma conversa. É impossível essa conversa não chegar à tona de quais são as regras e até onde vai o assédio psicológico dado o que aconteceu este ano. Acho normal que isso seja debatido e discutido dentro do programa e dentro da emissora."