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Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2021 às 09:43
- Atualizado há 2 anos
Após ceder à pressão do presidente Jair Bolsonaro para reajustar os salários de policiais federais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta sexta, 17, a possibilidade de governadores e prefeitos de conceder aumentos ao funcionalismo a partir de 2022.>
"Mal nos levantamos, está cheio de Estados, municípios e categorias pedindo dinheiro de novo. Estamos recuperando o emprego, com salários um pouco mais baixos, pois a economia não retomou vigor. Se todos tiverem esses aumentos, será uma desonra com as novas gerações", afirmou Guedes, em entrevista coletiva em que fez um balanço do ano.>
"A inflação não terá uma alta temporária, mas permanente, e o Brasil voltará a ter um futuro tenebroso. Nosso papel é não deixar que isso ocorra", disse o ministro, que lembrou que o veto para reajustes a todo funcionalismo (incluindo Estados e municípios) aprovado na pandemia vai até 31 de dezembro deste ano. Essa foi uma contrapartida exigida pelo governo federal para transferência de mais de R$ 70 bilhões aos cofres regionais>
Pressão Apesar das críticas feitas ontem, o próprio Guedes um dia antes enviou ofício ao Congresso para pedir a inclusão de gasto extra de R$ 2,8 bilhões no Orçamento de 2022 para bancar reajustes a servidores. Segundo o ministro, R$ 2 bilhões serão para bancar a reestruturação de carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Os outros R$ 800 milhões são para reajustes a outras duas categorias que ele não quis revelar. "Se eu disser as categorias, todo mundo quer", afirmou.>
'Bagunça' "Conversei abertamente com o presidente Bolsonaro e com o ministro Anderson Torres (Justiça). O presidente pega categorias que acha que são favoráveis e fala que quer fazer reestruturação de cargos, e sugeri fazer na reforma administrativa. Agora uma porção de gente vai pedir reposição salarial também, e isso é uma ameaça. Vai virar bagunça, cuidado", disse.>
Além das carreiras de segurança, uma das bases de apoio do governo, Bolsonaro já prometeu reajuste para todos os servidores em 2022, ano em que disputa a reeleição. "Reajuste seria de 3%, 4%, 5%, 2%, que seja de 1%", disse em entrevista à Gazeta do Povo no dia 8.>
Correios Sem conseguir privatizar nenhuma estatal desde o início do governo Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a privatização dos Correios como prioridade do governo no Congresso em 2022.>
Para Guedes, será "inadmissível" que o governo não consiga privatizar no ano que vem a estatal que tem o monopólio postal e a Eletrobras, de geração e distribuição de energia. "Não é possível que um governo que se elegeu prometendo isso não possa vender duas empresas que estão descapitalizadas.">
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. >