Perfil de condutor e tipo de veículo podem dobrar preço do seguro

Seguradoras apostam na personalização na hora de fazer a proposta para o cliente; veja dicas de como fazer o melhor negócio

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 09:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Elena Sychugina/Stock Adobe

Quem compra ou começa a pesquisar para adquirir carro não demora muito para entender uma máxima que é muito repetida: não se trata apenas do valor do veículo. É preciso pensar em muitas outras despesas como manutenção, combustível, IPVA, imprevistos e seguro. É sobre este último que vamos tratar aqui.

Uma série de fatores pode alterar drasticamente o valor de uma apólice. Desde o ‘tamanho’ da sua cobertura até  idade, sexo e estado civil podem causar variações que chegam a dobrar o valor cobrado pelas seguradoras.

Corretor de seguros há 27 anos, Marcelo Dias explica que a ideia das seguradoras é traçar um raio-x cada vez mais personalizado para cada cliente. Um exemplo prático justifica o porquê: o estudante Rafael Andrade, de 20 anos, é solteiro e está no seu primeiro carro, um HB20 de ano 2015/2016. Em tempos normais, ele usa o veículo para ir à faculdade, festas e casa da namorada, eventualmente. O valor do seguro para ele ficou por R$ 3,1 mil neste ano.

A alguns quilômetros do bairro do Canela, onde Rafael mora, está o seu pai: o contador Eudásio Andrade, 58, tem um Ford Fusion híbrido e paga pouco menos de R$ 1,5 mil no seguro mesmo tendo um carro muito mais caro.

“As seguradoras analisam uma série de coisas. Uma faculdade, por exemplo, é um ambiente que os bandidos sabem que há uma quantidade grande jovens entrando e saindo. Além disso, um jovem, homem, solteiro, costuma sair para festas e tem um perfil que em geral é mais irresponsável - ou seja, que tendem a demandar mais acionamentos do seguro. Por isso o preço mais caro”, explica Dias.

Os indivíduos não são os únicos avaliados antes da seguradora enviar uma proposta. Os carros também entram nessa conta: veículos que são muito vendidos costumam ser visado por bandidos na hora de cometer roubos porque tendem a passar batidos no meio de uma multidão. Isso encarece o valor.

Casos como o Hyundai HB20 e o Fiat Uno, segundo o corretor, costumam ter o seguro um pouco mais caro porque sofrem muitos roubos por outro motivo: o desmanche para comercialização de peças no mercado ilegal.

Carros importados, por sua vez, têm peças caras e uma colisão ou necessidade de reparo possuem valor elevados. Isso também varia o preço. A dica de Dias é procurar um corretor porque é um profissional que oferece as melhores possibilidades para o bolso do cliente.

Na D21 Motors CAOA Chery Paralela, a gerente de vendas Paula Cardoso explica que a concessionária possui uma corretora dentro da loja e é possível conseguir condições especiais na hora de colocar carros como o novo Tiggo 8 no seguro. “Há uma variação muito grande de acordo com o cliente, mas temos condições especiais que precisam ser consultadas”, explica.

Como baratear Mesmo com todas essas variáveis, o fisioterapeuta Davi Oliveira afirma que não há qualquer possibilidade de não deixar o seu veículo segurado. “Com a rotina que levo, rodando pela cidade sempre, é mais do que necessário”, detalha.

Jovem, aos 24 anos, Davi é proprietário de um Ford Fiesta ano 14/15 e paga pouco mais de R$ 3 mil no seguro da Liberty. Sua apólice cobre danos a terceiros, guincho, pane no carro, chaveiro, serviço de vidros e troca de pneus. “Opto por pagamento parcelado, não dói tanto no bolso e fica tranquilo pro orçamento mensal”, explica.

Há diversos modelos de seguro disponíveis no mercado. No caso de Davi, a apólice é chamada de Cobertura Total: quando cobre eventuais danos a terceiros e problemas no próprio veículo.

No entanto, é possível pagar bem menos e limitar a cobertura a danos a terceiros. Uma outra forma de baratear os custos do seguro é fazer adaptações junto ao corretor. Marcelo Dias explica:

“Um motorista que basicamente roda dentro da cidade pode optar pela redução na quilometragem percorrida pelo guincho em caso de acidente. Há planos para quem viaja para outras cidades que chegam a 500km de cobertura, mas é possível reduzir para 150km e isso diminui o valor da apólice”, explica.

Representante do Grupo Thinkseg, Marcel Giacon, aponta que antes de fechar o contrato é preciso que o cliente esteja ciente das suas reais necessidades. 

“Para algumas pessoas, o melhor seguro de automóvel é aquele que oferece mais coberturas e proteções. Para outras, o melhor seguro é aquele que oferece mais assistências e serviços essenciais. Parte dos condutores consideram um carro algo essencial, já outros estão mais preocupados com um seguro de acidentes pessoais de passageiros”, diz, antes de dar o conselho de que o responsável pelo veículo faça várias cotações antes de decidir qual adquirir.  

Veja alguns pontos que podem deixar o seguro mais barato: - Modelo do veículo; - Família com mais de um veículo; - Equipamentos de segurança; - Guardar o carro em garagens; - Fazer cotação em várias seguradoras; - Não omitir informações para a contratação; - Escolha de um corretor de confiança.