Pesquisa mostra Bahia entre maiores produtores de grãos do país

Este ano a balança agrícola baiana continuou oscilando, segundo levantamento da produção divulgado pelo IBGE  

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  • Georgina Maynart

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

Este ano a balança agrícola baiana continuou oscilando ora para cima, ora para baixo. É o que mostra o levantamento da produção agrícola divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Os dados indicam que os agricultores do estado diminuíram o cultivo de 12 dos 26 produtos agrícolas pesquisados pelo órgão, no segmento de cereais, grãos e oleaginosas. 

Nos campos baianos foram menores as plantações de milho, mandioca, banana, uva, batata inglesa, tomate e laranja. Alguns destes produtos apresentaram grandes variações de preços nas safras anteriores, desestimulando os agricultores na manutenção das plantações. 

A produção de banana, por exemplo, deve terminar o ano com queda de 247 mil toneladas, ou seja, cerca de 23% a menos. A área cultivada este ano chegou a ser maior do que no ano passado, mas os agricultores colheram menos. Além disso, alguns destes cultivos foram fortemente atingidos pela longa estiagem ou por pragas, como é o caso da laranja. 

Elevação 

Na contramão, o cultivo de 14 produtos registrou alta. Entre eles, o algodão, que teve um volume de produção 49% maior, e o de café, que registrou elevação de 78% no volume produzido. 

Outro destaque foi o crescimento das plantações de mamona. Os produtores cultivaram 11 mil e 800 toneladas a mais que no ano passado, crescimento de cerca de 112%. Além de ser usada para a tradicional fabricação de óleo de rícino, a mamona pode ser utilizada como matéria prima para o óleo diesel e outros produtos de valor agregado. 

A cana de açúcar também registrou alta. Foram 1,4 milhão de toneladas a mais este ano. A maior parte das plantações se concentram no Norte da Bahia. 

Já o cacau mostrou que continua forte e segue retomando lugar de destaque na economia. Em 2018, foram retiradas dos pomares mais de 38 mil toneladas da amêndoa. 

Variações 

As maiores variações atingiram alguns produtos que possuem pelo menos duas safras no ano. Foi assim com o milho, que registrou alta de 29,5% na primeira safra e no segundo semestre se comportou de forma totalmente diferente, com queda de 90,8% na segunda safra. 

Não por acaso, os pecuaristas e criadores de pequenos animais nunca reclamaram tanto do preço da ração. Outra variação brusca foi a do feijão. Na primeira safra, os agricultores chegaram a obter 3,4% a mais, já na segunda a queda chegou a quase 80%. 

Segundo os especialistas, são cultivos de ciclos curtos, de no máximo 120 dias, e por isso mais vulneráveis a variações climáticas inesperadas. 

Bahia 

Com este balanço, entre elevação e queda, a Bahia acabou registrando resultado positivo. Os dados demonstram que a safra geral de grãos no estado se consolidou e deve totalizar mais de 9 milhões e 300 mil toneladas de grãos, o que significa 15,5% a mais do que no ano passado.  

É um resultado positivo apesar da seca que atingiu muitos municípios ao longo do ano. O bom desempenho foi alavancado principalmente pela safra de soja. Do Oeste saíram 6 milhões e 244 mil toneladas do grão, um recorde. 

O bom resultado consolidou a Bahia como o sétimo maior produtor de grãos do país, e os agricultores do estado já são responsáveis por 4,1% da safra nacional.