Petição online pede a soltura da médica Kátia Vargas

O documento já reúne 2.250 assinaturas, mas não contém detalhes sobre a acusação pela qual a médica foi presa.

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Publicado em 23 de outubro de 2013 às 10:10

- Atualizado há um ano

Da Redação

Uma petição à favor da libertação da médica Kátia Vargas Leal Pereira, acusada pelo homicídio dos irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes Dias, no dia 11 de outubro, em Ondina, foi criada na internet no último domingo (21).

 A petição que será encaminhada ao promotor Davi Gallo, defende a importância do documento, sob o argumento de que "uma colega médica está presa sem que seu direito constitucional em responder ao processo no qual figura como ré em liberdade esteja sendo observado"(sic).

Com o título "SOLTEM KATIA", a petição aberta ao público no site Avaaz.org já possui 2.250 assinaturas até às 10h desta quarta-feira (23), porém não especifica a acusação sob a qual a médica foi autuada.

Kátia Vargas deixou Hospital Aliança na quinta-feira em viatura da Polícia Civil (Foto: Jurimar Soares)

Na mensagem ao destinatário, o autor da petição escreveu: "Ilmo. Promotor David Gallo: Kátia Vargas é médica, tem residência e emprego fixos, é ré primária e não se constitui em risco à sociedade. Ela tem o direito assegurado pela Constituição em responder ao processo em liberdade".

A oftalmologista foi indiciada por duplo homicídio triplamente qualificado pelas mortes, e está presa no Conjunto Penal Feminino desde a quinta-feira (17). De acordo com a delegada Jussara Souza, titular da 7ª Delegacia, a médica dirigia em alta velocidade, o que provocou uma discussão com Emanuel, que chegou a bater com o capacete no capô do Sorento.

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Em seguida, ainda de acordo com a delegada, Kátia saiu em perseguição à moto, o que acabou gerando um toque. Então, Emanuel perdeu o controle e terminou batendo direto no poste. Ele e irmã morreram na hora.

De acordo com testemunhas, a motocicleta havia sido fechada pelo Sorento na esquina da Rua do Escravo Miguel com a Avenida Oceânica, antes mesmo da primeira colisão. O lavador de carros Maurício França de Jesus assistiu à cena. Segundo ele, após a fechada, Emanuel e Kátia discutiram. “Ela fechou a moto, daí começaram a discutir. Ela deixou ele acelerar e depois bateu nele por trás. Depois ela saiu bambeando com o carro e bateu”, disse Maurício.

Sem se identificar, um taxista disse que ambos furaram o sinal em alta velocidade. “Ele bateu no capô do carro, na certa para dizer que ela estava errada, e ela acelerou. Pelo visto, ela perdeu o controle, pegou na moto e eles foram direto no poste”.

Funcionários do Ondina Apart Hotel, também pedindo anonimato, contaram que Kátia chegou a entrar na contramão depois que a moto bateu no poste. “Ela jogou o carro na contramão, ia bater com outro carro, então fez a volta e jogou o carro em cima da calçada”, contou um funcionário. Segundo ele, a médica frequentava uma academia no apart.

Emanuel trabalhava como modelo, assim como a irmã, que também cursava Direito. A missa do sétima dia da morte deles foi foi realizada no final da tarde deste domingo (20) na Igreja da Ressurreição, em Ondina.

O aposentado Antônio Tabajara, 72 anos, que costuma sentar diariamente em frente ao portão onde Kátia bateu, disse que escapou por pouco. “Eu ouvi a pancada, mas não tive perna para levantar. Por pouco, não fui atingido”, contou. Segundo Tabajara, a médica saiu do carro andando e demonstrava estar muito nervosa.

Na missa, muitos usavam camisas com imagens dos irmãos que morreram

O inquérito aberto pela 7ª Delegacia, Rio Vermelho, responsável pela investigação do caso, foi encaminhado para o Ministério Público na sexta-feira. O órgão tem até cinco dias para oferecer denuncia à Justiça - o promotor Davi Gallo já havia antecipado que Kátia irá responder por duplo homicídio.