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PM e advogada faziam parte de organização criminosa, diz inquérito
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2019 às 21:12
- Atualizado há um ano
A Polícia Federal concluiu que houve obstrução à investigação sobre as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro. A informação é de O Globo.
Segundo inquérito, o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha, e a advogada dele, Camila Moreira Lima Nogueira, fazem parte de uma organização criminosa que tentou atrapalhar as investigações da Polícia Civil sobre o caso. A PF entregou o documento ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
Não se sabe se há outros indiciados pelo crime além do PM e da advogada.
Testemunha Ferreirinha foi apresentado como testemunha-chave do caso pouco mais de um mês após o crime, que aconteceu em março de 2018. Ele trabalhou como motorista do ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, apontado como chefe de uma milícia que age na zona oeste do Rio.
Em depoimento, Ferreirinha apontou Curicica e Marcelo Siciliano (PHS) como mandantes do crime contra Marielle. Ele afirmou que presenciou reuniões entre eles para combinar o atentado, motivado porque a vereadora estaria trapalhando ações ilegais de Siciliano.
Depois que o depoimento vazou na imprensa, Curicica e Siciliano negaram envolvimento no crime. Preso no Rio, Curicica prestou depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) afirmando que a polícia carioca queria que ele assumisse ser mandante do crime.
A partir desse depoimento, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinou que a PF entrasse no caso. Ferreirinha, a advogada e outras pessoas foram investigadas - entre elas está o ex-deputado Domingos Brazão, adversário de Siciliano.
As investigações sobre a morte de Marille continuam. O PM reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz foram presos em março pela execução do crime. Os mandantes ainda não foram identificados.