PF desarticula quadrilha na Bahia que pagava R$ 20 mil pra 'mula' exportar drogas

Segundo PF, proprietário de barraca de praia em Lauro de Freitas usava o estabelecimento para aliciar as “mulas”

Publicado em 12 de agosto de 2020 às 08:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/PF

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quarta-feira (12), 12 mandados de prisão e 10 mandados de busca e apreensão na Bahia - Salvador, Lauro de Freitas, Conceição do Coité - e outros cinco estados: Sergipe, Maranhão, Pará, São Paulo e Santa Catarina. A ação faz parte da segunda fase da Operação Olossá, que tem o objetivo de cumprir mandados judiciais decorrentes de investigação sobre organização criminosa especializada no tráfico internacional de entorpecentes pelo modal aéreo, especialmente para Europa e Ásia, com a utilização de “mulas”, que transportavam o entorpecente escondido em suas bagagens.

A investigação teve início em maio de 2019, a partir do aprofundamento de informações recebidas pelo serviço de Disque Denúncia da Secretária de Segurança Pública da Bahia. Na ocasião, identificou-se que o proprietário de uma barraca de praia em Lauro de Freitas usava o estabelecimento para aliciar as “mulas”, sendo ele o principal integrante da organização criminosa nessa função. Era ele, também, quem providenciava as passagens, documentos e dinheiro para o custeio da viagem. Divulgação/PF Duante as investigações foi apurado também que cada pessoa que realizava a viagem recebia em torno de R$ 20 mil no caso de êxito no transporte da droga, e cada transporte realizado poderia gerar um lucro para organização criminosa de quase meio milhão de reais.

Durante a investigação, dez pessoas foram presas em flagrante quando tentavam embarcar para o exterior com cocaína escondida em suas bagagens em aeroportos da Bahia, de São Paulo, de Pernambuco, do Ceará e do Paraná. Além delas, outras três pessoas foram presas quando efetuavam a entrega de malas já preparadas, com a droga escondida, para as “mulas”.

A partir da análise do material apreendido na primeira fase, conseguiu-se identificar a liderança e integrantes do primeiro escalão da organização criminosa investigada, inclusive de pessoas que iniciaram como “mulas” e assumiram outros postos no esquema criminoso, mudando-se para o exterior para recepcionar os viajantes que chegavam do Brasil transportando a droga.

Três mandados de prisão estão sendo cumpridos no exterior, com o auxílio da Interpol: dois na Espanha e um na Tailândia. Os investigados irão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.