PF e PRF: especialista dá dicas para concursos com salários de até R$ 9,9 mil

Delegado e professor Bruno Zampier chama a atenção para os testes de aptidão física e as provas de informática 

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 1 de março de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock/reprodução

Apesar do recrudescimento dos casos de COVID-19 e suas variações, tanto a Polícia Rodoviária Federal (PRF) como a Polícia Federal (PF) mantiveram a realização das provas para os dias 28 e 21 de março, respectivamente. A PRF deve preencher 1.500 vagas para qualquer profissional com nível superior e com remunerações de R$ 9.899,88, além das gratificações correspondentes. A PF também disponibilizará 1.500 vagas para profissionais de nível superior que irão ingressar nos cargos de agente, escrivão, delegado e papiloscopista.

Para dar uma força nos estudos, o CORREIO conversou com uma das maiores autoridades do país nos concursos das áreas policiais, o delegado e professor Bruno Zampier e reuniu dicas importantes sobre esses e outros certames previstos para esse ano, a exemplo da Polícia Civil nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Pará. 

Segundo Zampier, o grande  protagonismo dos concursos da área policial se deve a fatores como a popularização do ensino superior, os bons salários, as grandes operações policiais noticiadas pela mídia. “Chama a atenção também o interesse pela carreira jurídico-policial, a de Delegado de Polícia, seja na Polícia Civil ou na Polícia Federal. Hoje, pode-se afirmar que o a seleção para Delegado é o concurso jurídico mais concorrido do Brasil”, completa. O professor e delegado Bruno Zampier destaca que um das maiores características da CEBRASPE é cobrar atualizações nas provas (Foto: Divulgação)  Atualização

No caso dos concursos federais, a banca escolhida foi a CEBRASPE, uma das mais respeitadas e tradicionais, em atividade há décadas. “As provas da CEBRASPE costumam cobrar o conhecimento atualizado sobre as disciplinas, as últimas alterações legislativas, primando pelo aspecto técnico”, explica Zampier, salientando ainda que é de se esperar também questões que explorem a vida profissional de um policial, colocando assim o candidato mais próximo do cargo, naquilo que se costuma denominar de pertinência temática. 

Para o especialista, a expectativa é que as provas sejam justas e bem elaboradas, como é da tradição dessa banca examinadora. Justamente por essa característica, Zampier defende que sem uma rotina diária de estudos, é quase impossível garantir aprovação. “Além disso, é importante coletar um bom material, assistir aulas com professores especialistas, elaborar um plano de estudos que contemple todas as matérias do edital. Como sempre dissemos, concurso público não admite aventureiros”, defende.

Ele salienta que, nesse aspecto, os estudantes não precisam ser preocupar, pois, para ele, a maioria dos concorrentes ainda é composta por pessoas que não estudam a quantidade necessária e crêem que ainda assim serão aprovadas. “Ou seja, esperam milagres e isso não garante aprovação em concurso”, completa.

Zampier reforça, no entanto, que os estudantes precisam estar atentos e fugir de ofertas preparatórias que vendem sonhos e exploram os medos e ansiedades dos estudantes. “Entendo que o candidato deve ter juízo crítico ao escolher seus parceiros na jornada da aprovação, se afastando de charlatanismos, promessas messiânicas, fórmulas mágicas que conduzirão ao cargo pretendido. O segredo é o velho arroz com feijão: horas e horas de estudo, bons professores e materiais”, reforça. 

Aptidões

Para quem já estabeleceu as parcerias para o processo de aprovação, o professor chama atenção para as provas de informática, que têm variado muito conforme a banca examinadora. “Alguns têm exigido softwares livres; outras ainda se apegam ao Windows da Microsoft. É importante o candidato entender que o fato de ser um usuário cotidiano de computadores não o habilita para a realização de uma prova de informática em concursos. Logo, é fundamental a consulta a apostilas, resumos, livros e aulas, para entender como será esta cobrança”, orienta.

Outro cuidado especial é a aptidão física. “Muitos candidatos descuidam desta preparação e ao se depararem com a convocação para os testes físicos, estão com sobrepeso, fraqueza muscular, e assim dificilmente serão aprovados”, diz o delegando, lembrando que a rotina de estudos para os concursos da área policial deve, necessariamente, englobar a preparação física, os cuidados com o corpo. “Os testes mais comumente cobrados são o de corrida de 12 minutos, flexão abdominal, flexão na barra fixa, impulsão horizontal, natação, meio-sugado, entre outros”, esclarece, salientando que vale a pena consultar um profissional de educação física para obter um treinamento específico, conforme o concurso público escolhido.

No mais, Zampier sugere que os candidatos aproveitem essas semanas para revisar os conteúdos, refazer provas anteriores, estudar as matérias mais exigidas no concurso. “Mantenha calma e entenda que a jornada de estudos para concurso é uma maratona e não uma corrida de cem metros. Há que se ter disciplina e maturidade para entender o processo de aquisição de conhecimento a partir dos estudos. Como em qualquer grande vitória, o sacrifício fará parte, mas a aprovação é algo eterno e extremamente compensador”, finaliza.