Plataforma contribui com a economia de 17 cidades turísticas da Bahia

Veja como funciona

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 28 de setembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Em 2009, o terreiro Ilê Axé Ojú Onirê, localizado em Santo Amaro, descobriu que o espaço religioso poderia contribuir com algo além da orientação espiritual. Por meio de uma parceria com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia, começaram a realizar um curso de corte e costura com a comunidade local. A capacitação ajudou a comunidade a investir na produção de roupas étnicas e sacras para o culto. Em seguida, vieram outros cursos, como o de gastronomia local. A cada novo saber, cada aperfeiçoamento realizado, ganhavam os alunos e o próprio terreiro, que passou a ser tratado como um ponto de cultura, capaz de atrair turistas que visitam o recôncavo baiano. O curso de corte e costura não apenas capacitou a comunidade, como permitiu que o terreiro tivesse uma possibilidade de renda para incrementar as atividades educacionais (foto: arquivo pessoal) Com a pandemia, as visitas cessaram e as possibilidades de organizar a geração de renda da comunidade também ficaram paradas, a proposta de dar visibilidade à cultura dos ancestrais também ficou comprometida. A esperança de retomar tudo com segurança surgiu recentemente com a participação da comunidade na plataforma Rede BTS, iniciativa do governo do Estado que pretende auxiliar os produtores culturais dos 17 municípios do entorno da Baía de Todos os Santos a recuperarem as atividades turísticas e comerciais, comprometidas nesse período de distanciamento social.

De acordo com a Coordenadora de Projetos Sociais do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo na Bahia (PRODETUR-BA), Taís Viana, a plataforma não funcionará como uma loja virtual, mas como um espaço onde haja engajamento dos atores/empreendedores ligados ao turismo em torno de uma rede, com o objetivo de fazer a troca de conhecimento, boas práticas, negócios e parcerias, bem como estruturar a oferta desses produtos e serviços de forma organizada, para os turistas que visitam a Baía de Todos-os-Santos. “Será uma vitrine onde o pescador que vende o marisco, por exemplo, poderá entrar em contato com os donos de restaurante a partir dessa plataforma”, explica, ressaltando que , da mesma forma, o turista que queira comprar um artesanato poderá entrar em contato com o artesão para realizar a aquisição do produto, uma vez que as informações de contato estarão disponibilizadas. “A geração de renda vai depender do engajamento dos empreendedores”, completa Taís. O turista que quiser encontrar as opções da culinária típica ou aprender mais sobre a vasta cultura regional poderá acessar as informações no canal (Foto: Divulgação) Retomada

Para o líder religioso local, o babalorixá José Raimundo Lima Chaves, conhecido como Pai Pote, a plataforma surge como uma nova possibilidade de fortalecer a comunidade e as ações de sustentabilidade realizadas no espaço. “Estamos muito satisfeitos com a perspectiva de dar continuidade aos trabalhos feitos com a comunidade e com o próprio terreiro”, completa o sacerdote.

Para participar da iniciativa, basta realizar um cadastro na plataforma(do Youtube @redebts), que foi elaborada de forma bem objetiva e simplificada, para que os empreendedores mesmo possam realizar seus cadastros.  Segundo Taís Viana, a ideia é que o site, com o tempo, seja alimentado e gerido pela própria Rede BTS. 

“ Estamos realizando diversas ações para tentar minimizar o impacto da pandemia nesse setor, que foi um dos que mais sofreu”, diz, lembrando que o estado realiza ainda a intermediação entre os empresários (através a suas entidades de classe) e as instituições financeiras, visando agilizar o processo de liberação de créditos; facilitando a interlocução entre empresários e gestores municipais do turismo das 13 zonas turísticas para que eles realizem sua legalização junto ao Cadastur, um dos pré requisitos para a obtenção de créditos. 

“Estamos também dando suporte na adequação dos protocolos sanitários, considerando que, embora existam os protocolos do Ministério do Turismo, tem que respeitar as especificidades de cada município e fazer algumas adaptações”, finaliza.